AMBIENTES DE COMPRAS EXTREMAMENTE
TRANQUILOS
Muita
gente não gosta de fazer compras em supermercados, por causa do trânsito que
enfrenta até chegar a um deles; a concorrência para encontrar um lugar no
espaço dos seus estacionamentos; e as filas quilométricas nos caixas. Afora
isso, existe o barulho ensurdecedor do ambiente com muita gente conversando
alto e ao mesmo tempo, misturado com as músicas do ambiente que o sistema de
som desses estabelecimentos comerciais toca o dia todo e que muitas vezes não
são do agrado de todos os fregueses. Junte-se a tudo isso o fato que nesses
lugares não encontramos frutas de boa qualidade. Quando não existem as que
queremos, aquelas que encontramos são azedas e/ou sem sabor. Eu, por exemplo,
só encontro manga rosa, laranja pêra de casca fina e brilhosa e banana maçã na
feira popular. As compras de cereais eu prefiro fazer na bodega do seu Biu no
bairro onde moro. Estaciono o carro bem em frente da sua porta e na hora em que
ele está abrindo o seu estabelecimento, sou o primeiro a entrar e a escolher as
mercadorias anotadas na lista de compras em total silêncio que se verifica no
lugar. Quando passo no caixa não tem ninguém além de mim. Isso não se chama
egoísmo, se chama comodidade. Acredito que num lugar desses até um cachorro faria
a compra sozinho.
Mas,
no sábado passado, descobri um lugar ainda mais tranquilo do que a bodega do
Biu para fazer as minhas compras de verdura e frutas. Antes ele era conhecido com
“O Verdão”. Hoje a sua razão social passou a ser “Quitandaria”. A extrema
tranquilidade desse tipo de comércio começa pelo horário de abertura: às 6
horas. Quem gosta de acordar e fazer tudo cedinho, como eu, é um prato cheio.
Ainda escolho nessa hora o melhor lugar disponível para estacionar o carro.
Encontro tudo fresquinho e de excelente qualidade. E enquanto fazemos as
compras, ouvimos música de qualidade que, segundo uma das moças do caixa, é
selecionada pelo dono e executada pelo sistema de som de toda a rede da
Quitandaria em todas as suas filiais, como se fosse uma rádio própria deles. Lá
só escutamos a nata da MPB.
Na
saída, quando eu estava guardando as compras na mala do carro, um rapaz
perguntou se poderia me ajudar para ganhar algum trocado. Eu disse que não
precisava, porém orientei-o para ele estar sempre com balde d’água e uma
flanela em mãos para oferecer aos fregueses uma lavagem rápida dos seus
veículos e assim estipular um valor de pagamento. Com o dinheiro apurado ele
poderia comprar algumas qualidades de bananas que estão com os seus preços
bastante baratos e revendê-las na feira. Ele não me deu atenção. Então deduzi
que se tratava de mais um preguiçoso que quer ganhar dinheiro sem se esforçar.
É por isso que não dou esmola a quem tem dois braços e duas pernas. Para
encerrar esta crônica com um fundo musical que lembre o assunto, considerando o
rapaz preguiçoso, o fruto que ele não quis negociar e um fato engraçado que eu
soube de um colega rico que num evento onde tinha muitas bananas para os
atletas de uma corrida, ele levou uma sacola cheia desse fruto para casa (talvez
para vender no calçadão de Boa Viagem onde ele mora), lembrei-me da música “O
Vendedor de Bananas”, composição de Jorge Ben Jor, gravada pela Banda “Os
Incríveis” e que divulgo no link abaixo. Dêem um clique em cima dele para
conferir a letra e os tipos de banana que existem.
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