sexta-feira, 19 de junho de 2020

Vida boa
Neste dia, 21 de junho de 2020, completo 69 anos. Aprendi durante o meu curso de Psicologia que quando você envelhece, lembra dos fatos antigos e esquece os mais recentes. Porém, até agora, eu tenho me recordado desses dois tempos, e em nenhum desses momentos me lembro de ter reclamado muito da vida. Não tenho pedido muita coisa a Deus. Só agradecido. Para você, o que é uma vida boa? Casa luxuosa, carrão na garagem, badalações, roupas e calçados de grife, cardápios de primeira, variados a cada dia? Para mim, uma vida melhor é aquela que pode lhe proporcionar uma qualidade de vida que nem sempre se baseia em luxo e muito dinheiro. Você pode possuir tudo isso, mas se são vivenciados em meio a barulho, poluição ambiental, estresse de trânsito caótico todos os dias, preocupações com as receitas e despesas, problemas familiares, brigas com o cônjuge e filhos, consciência pesada por ter adquirido a fortuna de forma delituosa (não confundir com os desacertos de certos políticos que não ligam pra isso), etc., não representa qualidade de vida. Portanto, desde a infância, eu considero que tive uma vida boa, de forma honesta e sem grandes ambições, mesmo em meio à convivência com a pobreza extrema de alguns parentes que ao mesmo tempo eram ricos. Eu explico o porquê, a seguir.

Na minha infância e adolescência eu pude sentir de perto o que é uma vida boa, como também a que estou vivenciando atualmente, pois sei, estrategicamente, me esquivar dos problemas. O principal segredo é simples, procurar não se endividar, dormir e acordar cedo, e antes do raiar do sol, sair de casa, seja para trabalhar, fazer compras ou viajar. Lembre do conselho da sua avó: “Deus ajuda a quem madruga”. Desde os meus 14 anos de idade, enquanto parentes e amigos curtiam as suas férias em lugares agitados, cheio de badalações, eu ia me deleitar com a tranquilidade do campo em CAMARAGIBE ou SURUBIM. Naquela época esses dois municípios eram pouco habitados e com muitas estradas ainda carroçáveis. Para se ter uma ideia, uma viajem de RECIFE à SURUBIM durava dez horas e a maioria das estradas não tinham asfalto. Na mata de CAMARAGIBE, corria um rio de águas caudalosas e límpidas, e nos lugares onde havia mais de dois metros de fundura eu e os primos podíamos avistar uma moeda lá no fundo do seu leito, a qual, nós apostávamos quem mergulharia e a pegaria por primeiro. Portanto, a sua limpidez era algo impressionante. A casa desse primo era feita de barro e chão batido, mas ao redor existia a melhor das riquezas, espalhadas em vários hectares de terra, com centenas de plantações de macaxeira e fruteiras, açudes com peixes de toda qualidade, fogão à lenha que preparava deliciosas refeições, etc.
Em SURUBIM, terra da vaquejada, onde foram iniciados os primeiros rodeios da história desse certame em Pernambuco, moravam os meus tios nos lugarejos denominados “Capim” e “Cai-Ai”. Neste último, distante aproximadamente três léguas do centro da cidade, eu ajudava aos primos nas tarefas do campo, como roçar mato, carregar água da cacimba para encher as jarras e quartinhas, além de plantar e colher algodão. Dos capuchos de algodão nos retirávamos as suas sementes. O algodão nós vendíamos na fabrica de tecido e a semente na fábrica de óleo que existiam nessa cidade. Um amigo do meu tio tinha uma bodega (venda) e um jumento. Todos os sábados eu o ajudava na compra de mantimentos para esse seu estabelecimento comercial que ele buscava na feira de SURUBIM. Na ida eu podia ir montado no jumento, mas na volta ele vinha carregando muita mercadoria pesada e assim eu o acompanhava a pés. Porém, essa lida do campo, essas viagens a pés ou cavalgando em cima desse animal, respirando aquele ar puro do lugar, curtindo o cantar dos pássaros pelo caminho silencioso das estradas cheias de árvores, se tornavam num prazer, pela diversão sadia que me proporcionava. Ainda hoje, os calos que orgulhosamente tenho nas mãos, deixaram registrados esses bons momentos.
No sítio dos meus primos em CAMARAGIBE, além dos gostosos banhos de rios de águas translúcidas, onde avistávamos peixes coloridos, a gente também plantava e colhia macaxeira, pescava nos açudes e lagoas, colhia e saboreava na hora as frutas tiradas do pé e passeava por dentro da mata, sem nenhum receio de qualquer tipo de perigo. Já no centro de SURUBIM a família PESSOA, tendo como matriarca dona Xanda, me acolhia em sua casa como se eu fosse da família. Ainda hoje considero os seus membros como PRIMOS POSTIÇOS. O professor Naércio (que editou um livro sobre a história dessa cidade),  Manoelzinho (ambos “in memoriam),  as professoras NATÁLIA, Grijalba e Gerusa, zezinho da padaria cristal, local onde eu ia pegar pães quentinhos de manhã cedo,   roberto PESSOA (hoje promoter da cidade). Manoelzinho, mais conhecido como “Gradim”, saia comigo pelos bares dessa cidade com um enorme gravador  no ombro, ouvindo nas alturas o cantor PAULO DINIZ. Quando o time dele ganhava (SANTA CRUZ) ele gravava através daquelas antigas fitas cassetes os momentos dos gols, e ao chegar junto da galera torcedora adversária, aumentava o volume com o locutor berrando: “Gooool do Santa Cruz!”. Não sei como ele não era agredido. Imaginem se essa afronta fosse hoje. Esse seu apelido foi colocado pela galera que gostava de futebol, porque o nome do Técnico do SANTA CRUZ naquela época era GRADIM. 
Hoje ainda posso reviver esses momentos saudáveis (com exceção do rio da mata de Camaragibe, pois a humanidade podre local o entupiu de lixo), quando, junto à esposa, filhos e netos, vou me divertir num clube de campo ou numa praia semi deserta ou ainda naquelas horas agradáveis que passo com esse primo que considero igual a um irmão, o qual morava antigamente numa casa de taipa em CAMARAGIBE e hoje possui um casarão de três andares com piscina em Olinda, lugar onde os meus netos se esbaldam em alegria ou, então, nos bons hotéis de SURUBIM, oportunidade em que aproveito para fazer uma visita ao prédio residencial dos meus primos postiços, pois os meus tios já partiram para outra vida.  Atualmente eu moro num dos lugares mais altos do meu bairro, numa casa bem simples, mas de onde podemos avistar o mar, com alguns pés de fruteira ao redor que pela manha os pássaros vêm cantar, e por estar num clima de montanha as muriçocas não gostam de ir lá nos visitar. Durante todos os 365 dias do ano, ainda temos um "AR CONDICIONADO NATURAL", ao abrirmos as portas e janelas, ocasião em que lembro aquele filme clássico "O MORRO DOS VENTOS UIVANTES". Para completar, mora comigo uma mulher amorosa, honesta e digna que me ama. O que mais posso desejar?
Portanto, tratando-se do que podemos chamar de VIDA BOA, seja vivida no campo ou na cidade, antigamente ou atualmente, termino esta que é a minha última crônica, finalizando assim este que considero o meu livro virtual, ao completar 128 textos, com uma canção tema que também se intitula “VIDA BOA”. Esta música foi gravada por uma dupla que nunca deveria ter sido desfeita, uma vez que problemas de fórum íntimo não deveriam interferir em parcerias ou negócios. Além do mais, os seus componentes representavam e defendiam a VERDADEIRA MÚSICA SERTANEJA. Era uma das poucas duplas sertanejas que fazem referência em suas músicas, dessas coisas boas vividas no campo. Estou falando de VICTOR E LÉO.  Clique no link abaixo para conferir a sua letra e as belas paisagens daquilo que eles falam na canção. 

segunda-feira, 15 de junho de 2020


QUARENTENa SEXUAL
Esta é mais uma história da minha coleção do tempo de solteirão divorciado. Esta crônica já fez parte das minhas 126 já publicadas, porém, como o termo QUARENTENA está atualmente em evidência e de lá para cá fiz centenas de amigos virtuais novos no facebook, os quais ainda não tomaram conhecimento dela, estou contando novamente, e assim, aproveito para relembrar a quem já leu. Conheci uma cabocla com a qual passava finais de semana maravilhosos lá em casa. Tudo ia muito bem quanto ao nosso relacionamento. Ela me revelou que lia o futuro das pessoas através das palmas das mãos, jogava cartas sobre o destino da vida das pessoas e frequentava rituais de candomblé, pois era “filha de santo”. No seu caso, “Filha de Santa”, uma vez que ela alegava ser da parte de Yemanjá. . Fisicamente ela até que se parecia com essa rainha das águas e que eu via nos quadros pintados pendurados nas paredes dos terreiros onde já frequentei, quando tocava com os meus primos nos terreiros para os “Filhos de Santo” dançar nesses rituais semanais de xangô, dirigidos aos espíritos. Um deles tocava atabaque, o outro maracá e eu agogô. Mas a nossa principal intenção era namorar as filhas de santo e comer mungunzá, bode assado na brasa e tomar cerveja, nesse tempo das “vacas gordas”. 
Certo dia ela me contou a causa dos diversos rompimentos dos seus relacionamentos amorosos anteriores. Segundo a sua revelação, quando ela incorporava a entidade espiritual da Yemanjá, muitas vezes recebia como castigo de algum ato falho seu praticado durante os dias anteriores, a incumbência de passar 40 (quarenta) dias sem poder praticar relações sexuais, o que ela chamava de “QUARENTENA SEXUAL”. Ao saber disso, me veio um calafrio e argumentei que essas “quarentenas” só dariam certo no nosso relacionamento quando eu completasse os meus 90 anos de idade. Eu só disse isso, porque na época ainda não existia o Viagra. E assim eu fui mais um a terminar o namoro com ela. Passados uns 15 dias, ao chegar ao meu local de trabalho, na véspera do meu aniversário que é no dia 21 de junho, o meu chefe me disse que uma mulher tinha me procurado e, como não tinha me encontrado, teria deixado para mim um enorme buquê de flores e um disco de vinil LP da Gal Costa onde tinha a gravação da música “Índia”.
Esse item teria sido uma devolução, uma vez que eu havia a presenteado com esse disco, onde aparece a foto da Gal Costa na capa, vestida de índia. Outro motivo teria sido por achar essa cantora parecida com ela na época. Junto a esse enorme buquê de flores, havia um cartão com uma mensagem de amor e despedida. Achei o presente muito estranho, e como não tive mais contato com ela, não sei se aquele Buquê de Flores havia sido um “despacho” para forçar a minha volta para ela ou outra pretensão (?). Se a primeira intenção foi verdadeira, a “Santa” dela foi mais fraca que o meu “santo”, São Sebastião, pois o “despacho” não funcionou. Mais esse fato inusitado ficou na minha lembrança, por ter sido um ato inverso àquele que costumamos presenciar, ou seja, um homem dar um buquê de flores para uma mulher e não ao contrário. Como eu mencionei aqui a música “ÍNDIA”, finalizo esta crônica como uma canção tema nas vozes do cantor Leonardo em parceria com a Paula Fernandes. Se a parceria musical deles dois virasse uma dupla, ai sim seria uma VERDADEIRA DUPLA SERTANEJA e a melhor do Brasil.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

A SUPREMACIA DA PELE NEGRA
Segundo estudos de dermatologistas, ela envelhece em menor velocidade, possui mais firmeza e elasticidade, alem de ser linda e sensual, estamos falando da PELE NEGRA, que possui algumas vantagens sobre a pele branca. A principal diferença entre a PELE NEGRA e a pele branca é a quantidade de melanina, responsável pela pigmentação, que funciona como uma espécie de protetor solar natural e, por isso, diminui a propensão aos tumores cutâneos, minimizando o fotoenvelhecimento. A maior firmeza da PELE NEGRA, assim como a elasticidade, se deve ao fato dos fibroblastos, elementos responsáveis pela produção de colágeno, ser bem mais ativos. Além dessas vantagens, a PELE NEGRA possui uma tez aveludada. O cantor Ney Matogrosso, mesmo sendo homossexual assumido, ao fazer uma sessão de fotos com a cantora NEGRA, Mart’nália, filha do compositor e cantor sambista Martinho da Vila, em maio de 2012, a qual na oportunidade se encontrava seminua, deu um selinho nela e elogiou a maciez da pele dela. Algum tempo depois, durante uma entrevista na televisão, ele revelou que ao tocar a PELE NEGRA de Mart’nália, sentiu uma sensação estranha que lhe deixou atordoado.
Das mulheres com quem já tive relacionamento, uma era NEGRA. Poucas foram tão quentes e ao mesmo tempo tão puras e tão meigas como ela. Essa mulher de pele macia e brilhosa que passou em minha vida, fez lembrar uma música do Roberto Carlos intitulada “NEGRA” que em algumas de suas estrofes confessa: “Ela é NEGRA / Como a noite / Cor do meu cabelo liso / Cor do asfalto onde piso / Que me leva aos braços dela / Ela é quente / Como um dia de verão / Como o sol que eu peço tanto.../ E eu me perdi / Nessa ilusão tão pura / Nessa ilusão tão meiga / Nessa ilusão tão NEGRA...”. Por tudo isso, acredito que o principal motivo do racismo só pode ser a inveja, uma vez que esses racistas imbecis, de forma contrastante ao seu desprezo por essa cor, não deixam de apreciar a cor NEGRA em produtos que eles usam e se alimentam, como veículo, vestimentas, calçados, uvas e outros produtos dessa cor.
Portanto, analisando por esse prisma e sabendo dessa supremacia da pele NEGRA em relação à branca, só posso deduzir ser a inveja o motivo principal de tanto desprezo por essas pessoas de pele escurinha, ainda mais, considerando que muitos senhores de engenho, no tempo da escravidão, em surdina, faziam as suas “visitinhas” à noite às senzalas para se relacionarem sexualmente com as bonitas e quentes escravas NEGRAS do “pedaço”, as quais lhes satisfaziam as fantasias sexuais, coisa que as suas esposas nem chegavam perto de satisfazer.
Portanto, o racismo é um tipo de hipocrisia de certas pessoas idiotas e invejosas que devem sofrer de algum transtorno psicossocial. Outro detalhe, ainda, é que muitas pessoas consideradas como brancas não sabem ou se esquecem que são descendentes de NEGROS, por causa da miscigenação que houve através dos anos, desde o descobrimento do Brasil, quando mulheres NEGRAS procriaram filhos de homens brancos. Um exemplo na minha família é que este ano completei 15 anos de união com uma mulher que não tem a pele NEGRA, mas é descendente de pai NEGRO com mãe branca. Talvez por isso ela seja a perfeição de caráter e dignidade, cujos atributos todos os homens gostariam de constatar também em suas esposas. Como sempre faço, fecho o texto, mostrando o clipe musical da canção tema escolhida para esta crônica, a qual também trata deste tipo de mulher de pele maravilhosa, fruto da inspiração do maior compositor e cantor de música romântica da América latina, ROBERTO CARLOS. Dê um clique no link abaixo para assistir.