sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

COMO REALIZAR OS SEUS SONHOS de criança

Uma mulher guerreira, chamada Lucineide, foi esta semana até a UNIT – Universidade Tiradentes para pegar o seu Diploma de Direito. Lá os formandos tiraram uma foto em frente a esta placa, enquanto recebiam algodão doce. O enunciado escrito nela parece que foi dirigido a ela. Não me canso de citar a sua história de superação para que sirva de exemplo a quem deseja realizar os seus sonhos de criança. Aos onze anos e seis meses de idade, ela saiu do campo, no interior do Estado de Pernambuco, ainda analfabeta, para poder estudar na cidade grande. Naquela época nada era gratuito como hoje. As escolas não forneciam fardamento, nem material escolar, nem tão pouco lanche. Ela comprou um caderno, um lápis e faltou dinheiro para comprar a borracha. O comerciante teve pena dela e lhe deu a borracha por conta. Nunca teve ajuda dos seus familiares, uma vez que esses não tinham condições financeiras para isso. Quando ela dizia nas casas onde trabalhava como empregada doméstica que o sonho dela era ser pedagoga, as gargalhadas ecoavam em zombaria. Um desses filhos das patroas que duvidou da capacidade dela ficou boquiaberto, quando depois de alguns anos a encontrou no ônibus onde ele era o cobrador, cujo coletivo ela sempre pegava para ir à Faculdade Frassinete do Recife - FAFIRE. Ele não acreditando no que ouviu dela, seguiu-a com o olhar até ela adentrar nessa Faculdade onde faltavam poucos meses para a conclusão do seu curso de Pedagogia. Bem feito!

Depois de passar em dois concursos públicos para professora, concorrendo com milhares de candidatos a poucas vagas, assumiu os seus cargos, sendo um pela manhã em uma prefeitura do Grande Recife e a tarde noutro município. Não satisfeita ainda, ela quis realizar outro sonho. Desta vez ela queria ser uma advogada. Passou a cursar à noite o curso de Direito na Faculdade Damas. Como as aulas terminavam às 22 horas e eu não achei conveniente ela voltar tarde da noite para casa, dirigindo o seu carro por lugares perigosos, planejei algo inusitado. Ao largar do meu trabalho, eu ia com ela para essa faculdade e ficava dormindo dentro do carro até a hora do término das aulas. Dois fatos interessantes ocorreram em relação a isso. Certa vez o vigilante dessa faculdade me acordou, perguntando se eu estava passando mal. De outra vez, quando chovia bastante eu fechei todo o carro e só deixei uma brecha na tampa da porta malas para entrar o ar, sustentada apenas por um tijolo. Um cidadão passando por ali com o seu guarda-chuva pensou que alguém tinha se esquecido de fechá-la e forçou tanto a porta que o tijolo despedaçou-se. Os pedaços voaram para todos os lados, caindo muitos deles em cima do meu rosto. Eu dei um pulo de dentro do carro e impensadamente lhe proferi alguns impropérios, enquanto fiquei todo ensopado com a água da chuva. Ele foi embora e eu nem tive tempo de pedir-lhe desculpas, pois ele não fez isso com má intenção.  Depois, eu e ela rimos muito desses dois ocorridos.  

Não se agradando da distribuição de horários das cadeiras do curso dessa faculdade, o que tornava o seu tempo de conclusão mais prolongado, ela pediu transferência para a UNIT, aliado ao fato de que esse estabelecimento de ensino fica perto de onde trabalho, melhor local para que eu tivesse um sono mais tranquilo até as 22 horas. As amigas dela, em tom de brincadeira, dizem que a formatura em Direito não foi só dela, mas sim de nós dois, pois nunca conheceram algum marido que fizesse isso pela esposa durante toda a duração do curso. Portanto, quando eu vejo hoje essas pessoas que tem tudo nas mãos para vencer na vida, como escola, fardamento, material escolar e merenda GRÁTIS e ao invés de estudar vai se ENCHER de filhos e esperar AUXÍLIOS GOVERNAMENTAIS, eu não concordo e nem tenho pena.

Um exemplo foi uma mulher que apareceu na televisão reclamando da sorte, com cinco filhos para criar sozinha, sem dizer quem eram os pais deles. Ora, se ela não tem condições de criar sequer um, para que foi procriar CINCO? Considerando ainda que os postos de saúde distribuem GRATUITAMENTE pílulas anticoncepcionais e preservativos. Se alguma dessas pessoas que não pensam nem em si me pede uma ajuda para montar um negócio, eu ainda ajudo, porém, esmolas eu não dou, pois vicia o cidadão, como diz a letra de uma canção do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. 

Pela história de vida tão sacrificada da agora doutora Lucineide, a trilha sonora deste relato não poderia ser outra que não fosse “MARIA, MARIA” do Milton Nascimento e Fernando Brant. Para a sua interpretação eu escolhi um clipe desta canção onde o cantor e compositor DANIEL se junta a cantores mirins e adolescentes no sentido de dar-lhe um novo brilho e sentido. MORAL DA HISTÓRIA: NUNCA DIGA QUE O SEU PROBLEMINHA É UM PROBLEMÃO!  Agora, veja o clipe e ouça a trilha sonora desta crônica, dando um clique no link abaixo: