NUNCA É TARDE PARA VIVER UM
GRANDE AMOR
Uma
amiga que trabalha comigo, depois de vários anos de viuvez e ter criado filhos
e netos, conheceu um senhor também viúvo. Engraçaram-se um com outro e depois
de uma amizade sadia nasceu um grande amor entre eles e foram morar juntos.
Compraram um apartamento no Janga em Paulista, adquiriram mobília nova e não
deram o endereço para aqueles parentes que viviam em suas portas querendo
colher frutos que não plantaram. Perguntei como ela estava se sentindo, agora
que está morando sozinha com o seu companheiro, longe da família. A sua
resposta me transmitiu uma paz interior tão grande, como se aquela criatura
fosse uma filha minha. Por coincidência em nossa juventude dançávamos nas
gafieiras das favelas do bairro Santo Amaro, como “Salinas” e “Renascença”. Certa
vez ao sairmos de uma delas, às três horas da madrugada, debaixo de uma chuva
torrencial, nos encostamos-nos à cerca de um casebre para conversar e trocar
uns beijinhos a mesma desabou conosco e caímos com a cara na lama. Cada um
correu para um lado diferente e só fomos nos encontrar mais de trinta anos
depois onde hoje trabalhamos.
Mais
voltando ao seu relato sobre o novo casamento, ela emitiu um sorriso no rosto e
um semblante de adolescente que transmitia uma tranquilidade que eu jamais
tinha notado antes nela, ao falar do seu cotidiano junto à
pessoa amada. Falou que acorda ele todos os dias no mesmo horário, lhe sorrir
um sorriso pontual, recomenda para ele se cuidar, e diz que está lhe esperando
pro jantar. A noite ela o espera no portão e a meia noite lhe jura eterno amor.
Imediatamente me lembrei de uma música que descreve esta preocupação de uma
mulher que é dedicada e apaixonada pelo seu companheiro, intitulada “COTIDIANO”
do Chico Buarque. Após este retrato de seus momentos a dois, então eu lhe expus
o meu ponto de vista, quanto aos relacionamentos que não dão certo, justamente
porque ambas as partes não têm essa preocupação e cuidados um com o outro.
Geralmente, muitos casais hoje põem à frente do relacionamento, interesses
outros que jamais irão alimentar um amor verdadeiro. Para um relacionamento dar
certo, é preciso antes de tudo respeito mútuo, compreender as diferenças de
gosto e atitudes, não invadir a privacidade do outro mesmo dentro de casa, não
se “escorar” no outro, e alimentar sempre aquela palavrinha de quatro letras
(amor).
No
tempo em que eu era solteiro, desesperado porque não conseguia encontrar uma
nova “cara metade”, uma vez que não gosto de badalações e lugares com grande
público, tive uma ideia para que as pretendentes viessem até a mim e não ao
contrário. Coloquei anúncios nos classificados dos três principais jornais,
com os seguintes dizeres: “Diretor de empresa, sem
vícios, romântico e carinhoso, deseja uma companheira para uma vida a dois”. A maioria daquelas que me procuravam, estavam
mais interessadas mais no cargo ($) anunciado do que propriamente nas minhas
qualidades pessoais. Quem pensa dessa maneira não busca uma pessoa para
conviver, mas sim uma “tábua de salvação”. Como eu já disse uma vez, primeiro
se conquista a pessoa, para depois conquistar o que ela tem de bom para
oferecer. Quanto ao “Cotidiano” do Chico Buarque, acesse o vídeo musical
abaixo que foi postado no youtube por Noemia Hime para ouvir a sua bela
mensagem.