COMO REALIZAR OS SEUS SONHOS de criança
Uma mulher guerreira, chamada Lucineide, foi
esta semana até a UNIT
– Universidade Tiradentes para pegar o seu Diploma de Direito.
Lá os formandos tiraram uma foto em frente a esta placa, enquanto recebiam
algodão doce. O enunciado escrito nela parece que foi dirigido a ela. Não me
canso de citar a sua história de superação para que sirva de exemplo a quem deseja
realizar os seus sonhos de criança. Aos onze anos e seis meses de idade,
ela saiu do campo, no interior do Estado de Pernambuco, ainda analfabeta, para
poder estudar na cidade grande. Naquela época nada era gratuito como hoje. As
escolas não forneciam fardamento, nem material escolar, nem tão pouco lanche.
Ela comprou um caderno, um lápis e faltou dinheiro para comprar a borracha. O
comerciante teve pena dela e lhe deu a borracha por conta. Nunca teve ajuda dos
seus familiares, uma vez que esses não tinham condições financeiras para isso.
Quando ela dizia nas casas onde trabalhava como empregada doméstica que o sonho
dela era ser pedagoga, as gargalhadas ecoavam em zombaria. Um desses filhos das
patroas que duvidou da capacidade dela ficou boquiaberto, quando depois de
alguns anos a encontrou no ônibus onde ele era o cobrador, cujo coletivo ela
sempre pegava para ir à Faculdade
Frassinete do Recife - FAFIRE. Ele não acreditando no que ouviu dela,
seguiu-a com o olhar até ela adentrar nessa Faculdade onde faltavam poucos
meses para a conclusão do seu curso de Pedagogia. Bem feito!
Depois de passar em dois concursos
públicos para professora, concorrendo com milhares de candidatos a poucas
vagas, assumiu os seus cargos, sendo um pela manhã em uma prefeitura do Grande
Recife e a tarde noutro município. Não satisfeita ainda, ela quis realizar
outro sonho. Desta vez ela queria ser uma advogada. Passou a cursar à noite o
curso de Direito na Faculdade
Damas. Como as aulas terminavam às 22 horas e eu não
achei conveniente ela voltar tarde da noite para casa, dirigindo o seu carro
por lugares perigosos, planejei algo inusitado. Ao largar do meu trabalho, eu
ia com ela para essa faculdade e ficava dormindo dentro do carro até a hora do
término das aulas. Dois fatos interessantes ocorreram em relação a isso. Certa
vez o vigilante dessa faculdade me acordou, perguntando se eu estava passando
mal. De outra vez, quando chovia bastante eu fechei todo o carro e só deixei
uma brecha na tampa da porta malas para entrar o ar, sustentada apenas por um
tijolo. Um cidadão passando por ali com o seu guarda-chuva pensou que alguém
tinha se esquecido de fechá-la e forçou tanto a porta que o tijolo despedaçou-se.
Os pedaços voaram para todos os lados, caindo muitos deles em cima do meu
rosto. Eu dei um pulo de dentro do carro e impensadamente lhe proferi alguns
impropérios, enquanto fiquei todo ensopado com a água da chuva. Ele foi embora
e eu nem tive tempo de pedir-lhe desculpas, pois ele não fez isso com má
intenção. Depois, eu e ela rimos muito desses dois ocorridos.
Não se agradando da distribuição de horários das cadeiras do curso dessa faculdade, o que tornava o seu tempo de conclusão mais prolongado, ela pediu transferência para a UNIT, aliado ao fato de que esse estabelecimento de ensino fica perto de onde trabalho, melhor local para que eu tivesse um sono mais tranquilo até as 22 horas. As amigas dela, em tom de brincadeira, dizem que a formatura em Direito não foi só dela, mas sim de nós dois, pois nunca conheceram algum marido que fizesse isso pela esposa durante toda a duração do curso. Portanto, quando eu vejo hoje essas pessoas que tem tudo nas mãos para vencer na vida, como escola, fardamento, material escolar e merenda GRÁTIS e ao invés de estudar vai se ENCHER de filhos e esperar AUXÍLIOS GOVERNAMENTAIS, eu não concordo e nem tenho pena.
Um
exemplo foi uma mulher que apareceu na televisão reclamando da sorte, com cinco
filhos para criar sozinha, sem dizer quem eram os pais deles. Ora, se ela não
tem condições de criar sequer um, para que foi procriar CINCO? Considerando
ainda que os postos de saúde distribuem GRATUITAMENTE pílulas anticoncepcionais
e preservativos. Se alguma dessas pessoas que não pensam nem em si me pede uma
ajuda para montar um negócio, eu ainda ajudo, porém, esmolas eu não dou, pois
vicia o cidadão, como diz a letra de uma canção do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
Pela história de vida tão sacrificada da agora doutora Lucineide, a trilha sonora deste relato não poderia ser outra que não fosse “MARIA, MARIA” do Milton Nascimento e Fernando Brant. Para a sua interpretação eu escolhi um clipe desta canção onde o cantor e compositor DANIEL se junta a cantores mirins e adolescentes no sentido de dar-lhe um novo brilho e sentido. MORAL DA HISTÓRIA: NUNCA DIGA QUE O SEU PROBLEMINHA É UM PROBLEMÃO! Agora, veja o clipe e ouça a trilha sonora desta crônica, dando um clique no link abaixo: