terça-feira, 27 de agosto de 2019



ROUPA SUJA SE LAVA EM MOTEL


Existe um ditado popular que diz: “Roupa suja se lava em casa”, no sentido de aconselhar a um casal que não discuta em lugares públicos. Porém, quebrando esse conceito eu lavei roupas, pratos e panelas num motel. Lá em casa estava faltando água há mais de dez dias. Eu via todos os utensílios domésticos sujos e empilhados na pia, enquanto o cesto de roupa suja já não cabia de tanto lençol e vestuário esperando ser lavado, sem poder fazer nada e nem ter condições de comprar água de caminhão pipa. Até um passarinho que posou na torneira do tanque, não conseguiu beber água, conforme mostra a foto animada abaixo. Foi quando de repente me veio uma ideia e imediatamente falei para a companheira: “Mulher, vamos juntar tudo o que estiver sujo dentro de casa, botar na mala do carro e lavar em algum motel”. Ela retrucou: “Você perdeu o juízo? E eu sozinha não vou dar conta de lavar tudo isso num motel!”. Então eu expliquei para ela que eu a ajudaria nessa tarefa e com mais um detalhe, nós lavaríamos tudo com água quente do motel.
Antes de nos dirigirmos ao motel, passamos na casa da minha mãe para pedir emprestado uma bacia grande que ela tinha e essa minha companheira já desceu do carro chorando aos prantos e reclamando: “Dona Francisca, o seu filho endoidou, está levando roupas, pratos, panelas e talheres para lavar no motel”. A minha mãe que tinha me ensinado a arte dos atalhos aos percalços da vida, perguntou para essa companheira que estava desesperada por nada: “Você tem outra solução?”. Ela não tinha. Eu ainda pedi para ela escolher, se queria lavar a roupa ou os outros utensílios. Ela respondeu que a lavagem de roupa era mais pesada e deveria ficar aos meus cuidados. Achei bem melhor, pois eu faria da banheira de hidromassagem do motel, uma enorme máquina de lavar. Chegando ao quarto do motel, coloquei toda a roupa suja dentro dessa banheira, abri as torneiras com água quente, joguei o sabão em pó dentro e liguei o sistema de hidromassagem. Foi tanta espuma que ela transbordava pelas bordas da banheira.
A companheira botou todos os pratos, panela e talheres dentro da bacia grande que a minha mãe me emprestou e começou a lavar embaixo do chuveiro do banheiro. Ela fazia um grande barulho batendo uns objetos nos outros e a camareira passando em frente ao nosso apartamento, estranhou e bateu na porta para saber se o casal estava brigando e quebrando os pratos do motel. Ao explicarmos o que estava acontecendo ali dentro, ela comunicou ao gerente. Na nossa saída, ele nos abordou e fez a seguinte recomendação: “Cidadão, peço-lhe que não divulgue esse seu ato, pois se todos os clientes agirem dessa forma a nossa cisterna secará rapidamente”. Vivenciando essa situação, aliada as reclamações constantes daquela companheira que reclamava de tudo o que eu queria fazer, e também ao fato dela só querer roupas de grife e sapatos de luxo, mesmo não trabalhando para me ajudar, lembrei-me da música intitulada “Ai que saudades da Amélia”, composta por Mário Lago e revisada, musicada e interpretada por Ataulfo Alves, cujo clipe foi postado no youtube por Antonio Celso Nunes Nassif. Escute a melodia clicando na foto abaixo.

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