A vaquejada e a minha adolescência em surubim
A
Presidente da Academia Pernambucana de Letras, Margarida Cantarelli, me enviou
o convite abaixo para uma conferência sobre a “HISTÓRIA DA VAQUEJADA DE SURUBIM” a ser ministrada pelo escritor Fernando
Guerra, tendo como debatedores os deputados Tadeu Alencar (Federal) e Wanderson
Florêncio (Estadual). Como os eventos nesse espaço são abertos também ao
público em geral, quero estender este chamado a tradicional família PESSOA
de Surubim e aos meus amigos de lá (virtuais ou
não). Pena que o professor e escritor NAÉRCIO PESSOA (IN MEMORIAM) não possa comparecer, pois já partiu para um
plano superior. Ele foi um dos poucos que editou um livro com a história desse
belo e aconchegante município do interior de Pernambuco, aqui no Brasil,
inclusive falando sobre a famosa vaquejada surubinense.
O seu irmão (meu primo postiço por consideração) ROBERTO PESSOA é hoje um atuante promoter de eventos de
vulto dessa cidade, formado em Relações Públicas, e bem que poderia comparecer
a essa conferência, representando a FAMÍLIA PESSOA.
Parte
da minha infância e adolescência eu passei na casa do Roberto
Pessoa, sob os cuidados da sua genitora (a
qual chamávamos carinhosamente de Dona Xanda)
que era auxiliada pela sua filha Natália Pessoa,
professora de Português bem conceituada no município, hoje aposentada. Com
muito sacrifício, junto aos seus irmãos Roberto, Grijalba e Gerusa, a minha prima por afinidade Natália construiu um edifício da família
Pessoa na rua da feira de Surubim, um dos
mais altos desse município, de onde da sua cobertura obtemos uma visão panorâmica da
cidade. Da família PESSOA,
destaco também aquele que conhecíamos como ZEZINHO da PADARIA CRISTAL onde trabalhou por mais de 52 anos; JOAOZINHO
do BAR FAÍSCA, local de
encontro das lideranças políticas dos anos 50; a caçula da família, JERUZA
PESSOA, que foi uma competente professora,
muito conhecida no povoado de MIMOSO em Surubim; e Grijalba PESSOA que atualmente trabalha como Diretora de uma
das escolas mais bem organizadas e conceituadas da Prefeitura do Recife: A Escola
Municipal do Coque. Na foto abaixo podemos observar o QUARTETO
DE OURO. Ladeando a minha esposa estão: à
esquerda: NATÁLIA e ROBERTO. À
direita: JERUZA e GRIJALBA, que gentilmente cederam o espaço do seu
edifício em Surubim para juntos comemorarmos a data natalícia da minha amada.
Nos
anos 60 eu gostava de frequentar também o sítio do meu tio, irmão do meu pai, localizado
num lugarejo chamado “CAlaí”, segundo o Google ou CAI-AI, segundo a matutada do lugar. Ele
fica quase na divisa dos municípios de Bom Jardim e Surubim, próximo ao rio de
mesmo nome. Foi nesse lugar que comecei a aprender a cuidar da terra e plantar
e colher o algodão, além de outras tarefas, ajudando aos meus primos na lida do
campo, curtindo saudavelmente as minhas férias escolares e depois da VASP, onde
comecei a trabalhar com 14 anos de idade.
Do algodão, tirávamos a sua semente para ser vendida na fábrica de óleo
e o seu capucho na fábrica de tecido. Ambas funcionavam no centro da cidade de
Surubim. Um dos meus primos tinha uma bodega e um jumento nesse lugarejo. Todos
os sábados ele ia fazer as compras na feira dessa cidade e eu ia montado no
jumento.
Depois
das compras eu voltava a pés para o Calaí ou cai-ai, uma vez que o jumento não queria ninguém em
cima dele, pois já estava com os seus caçuás (cestos de cipó ou vime) lotados
de compras. Eu tinha que acompanhar o seu trote que era bastante rápido, num
percurso de duas léguas (segundo a avaliação dos matutos da época). Considerando
que cada légua corresponde a quase cinco quilômetros, então a caminhada era de
aproximadamente 10 km. Acredito que por isso, ainda hoje, com 68 anos, caminho
bem mais rápido de que certos jovens, sem nunca reclamar da distância das
minhas caminhadas e ainda realizo alguns trabalhos do campo, como esporte, ao
contrário de muitos ruralistas que passam fome tendo bastante terra para
plantar ao redor de casa.
Quanto
a Vaquejada de Surubim que é realizada sempre no mês de SETEMBRO, foi uma das primeiras a ser implantada em Pernambuco,
também é lembrada numa música do Quinteto Violado
intitulada “VAQUEJADA”.
Para assistir a um desses certames entre
vaqueiros eu fui vestido a caráter, acompanhado da minha esposa, e registramos
esse momento em frente a uma foto gigante desse conhecido torneio que está
afixado no primeiro andar do Hotel Cristal de Surubim (o melhor café da manhã
dos hotéis interioranos). Agora recorde
a canção “VAQUEJADA”,
dando um clique em cima da foto abaixo, para ver este clipe musical que foi
postado pela TV Brasil.
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