segunda-feira, 30 de setembro de 2019

MEDO


Segundo o dicionário, MEDO é um estado emocional provocado pela consciência que se tem diante do perigo; receio ou temor de fazer alguma coisa que possa dar errado. Uma pesquisa do Laboratório de Neuroanatomia Química do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) fez descobertas que ajudam a entender melhor um dos sentimentos mais primitivos do ser humano: O MEDO.
De acordo com os pesquisadores, as situações que causam
MEDO podem ser inatas ou apreendidas ao longo do tempo. O primeiro tipo existe independentemente das experiências vividas. Assim, mesmo sem nunca ter entrado em contato com um predador, um animal nasce “sabendo” que ele é perigoso. Ou, então, mesmo sem nunca termos despencado de uma grande altura, sentimos receio quando estamos em lugares muito altos. Já o MEDO apreendido, ou adquirido, ocorre de outra forma. Ele só existe quando passamos por uma situação traumática. É o sentimento que se manifesta quando, após sermos assaltados, passamos a sentir receio de andarmos sozinhos, ou quando um animal se sente acuado na presença de seu dono, depois de ter sido vítima de violência por parte dele. Esse tipo de MEDO é variável de indivíduo para indivíduo e depende das experiências de vida. Tem gente que tem MEDO até do que não há razão para se ter MEDO (das almas). Quando criança eu gostava até de frequentar o cemitério de Santo Amaro para comer manga e jambo que caiam dos pés desses frutos, junto às catacumbas, como também olhar os ossos dos cadáveres no ossuário.
Muitos pais criam os seus filhos ensinando-os de forma direta ou indireta a eles terem MEDO de alguma coisa. Por exemplo: “Não vá para o escuro que lá vive o bicho papão”; “Se não obedecer, a cuca vai lhe pegar; etc., provando que o MEDO também pode ser aprendido e ensinado. As pessoas que não sentem MEDO de qualquer perigo pode se beneficiar ou se prejudicar pela ausência desse sentimento, dependendo da situação. Exemplos: Essa ausência se torna benéfica, quando em situação de perigo, a pessoa age friamente, sem MEDO, sabendo contorná-lo com destreza, como no caso de estar dirigindo em alta velocidade e de repente ter que livrar-se em questão de um segundo de bater em um obstáculo. Outro exemplo é ser abordado por marginais num assalto e saber sobressair-se dessa situação de perigo, sendo salvo pela contenção ou ausência do MEDO, sem precisar reagir, pois ai seria o caso dessa ausência de MEDO ser um fator maléfico. Essa situação já ocorreu duas vezes comigo. Na primeira, eu e alguns parentes fomos abordados dentro de uma mata por três marginais armados com revolver e foice. Se alguém tivesse MEDO e corresse poderia ser alvejado pelas costas. Mas esse perigo os cariocas corre sem precisar ser somente por conta dos marginais, mas também pelos policiais sem pontaria. 
Outra situação de perigo durante a qual também não tive MEDO, foi quando eu fui assaltado numa rua do bairro Santo Amaro por dois marginais armados. Calmamente entreguei uma valise com alguns pertences, mas quando um deles me pediu a carteira com os meus documentos, numa rápida ação de troca de mãos fiz cair os mesmos da mão direita para a esquerda, sem que eles vissem, colocando-os no bolso da calça do lado contrário de onde tirei a carteira, e assim eles foram embora pensando que tinham levado os meus bens mais preciosos. Porém com eles só ficou a minha (ex) carteira, sem dinheiro e a valise que recuperei depois. Mas entre as muitas ocorrências que julgo ter sido as principais  em minha vida, onde a ausência do MEDO me favoreceu para o resto da minha vida, foram aquelas em que não tive receio de “quebrar a cara” e arriscar novas tentativas de relacionamentos amorosos, que foram mais de vinte, fazendo com que eles servissem de ponte para eu encontrar o verdadeiro amor com o qual convivo até hoje. No entanto, o MEDO está presente em quase todas as ocasiões, e assim foi discernido na música MIEDO composta por Julieta Venegas  junto ao nosso pernambucano LENINE.  Para quem não sabe, Julieta Venegas  é uma compositora, cantora e instrumentista mexicana, a qual já foi vencedora do Grammy e de cinco Grammy Latino. Ouça a interpretação dessa fabulosa dupla, junto à letra da canção em espanhol e português, que define tão bem o MEDO. Dê um clique no link abaixo:

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