A IDOSA FOGOSA
Segundo
matéria do Jornal do Commercio desta 6ª feira, dia 06/09/2019, hoje é o Dia do
Sexo. Portanto, vou contar mais uma das minhas aventuras sexuais. Faz muitos
anos, eu coloquei um anúncio nos classificados dos jornais, querendo conhecer a
minha futura esposa, informando o meu número do telefone residencial (o celular
ainda não tinha se popularizado). Foram tantas as pretendentes a ligar para o "sapinho feio" aqui que
eu tive que fazer um fichário com fichas cadastrais delas por ordem alfabética.
Nessas fichas constavam os dados pessoais das interessadas, como nome, idade, gosto
musical (o primordial), e outras particularidades, como: se fumava ou não, se trabalhava,
estudava, tinha filhos e outros dados familiares. Como demoro a assimilar os
nomes das pessoas, quando uma delas me ligava novamente, após alguns dias,
primeiramente eu perguntava quem estava falando, então pegava a sua ficha e
procurava saber como estava seu filho, sua genitora e outros dados que estavam
escritos naquele documento. Não querendo desmerecer outros jornais, mas as
mulheres que liam o meu anúncio no Jornal do Commercio tinha pelo menos um
melhor nível cultural e social. Para uma maior segurança, minha e delas, eu
marcava o primeiro encontro no meu local de trabalho e fazia uma entrevista na
sala de reunião do órgão de onde eu trabalhava. Teve uma que protestou: “Isso é
uma proposta de namoro ou uma entrevista de emprego?”.
Certo
dia o meu chefe que gostava muito de mim me chamou e recomendou: “Meu
filho, faça essas entrevistas na área externa do prédio, uma vez que vieram me
dizer que você está trazendo mulheres para a sala de reunião e isso não pega
bem para a nossa entidade”. Por isso,
quando eu lhe contei que uma empresária do Sertão de Pernambuco tinha visto o
meu anúncio no Jornal do Commercio e estava querendo vir passar um final de
semana comigo, para quem sabe iniciarmos um caso sério de amor, ele ficou contente
e disse que dessa vez eu ia ter “conserto” na vida. Ofereceu a casa de praia dele para
eu fazer uma “lua de mel” com
ela. Na época eu não tinha carro, então ele chamou outro diretor do órgão e
pediu para ele me deixar com ela nesse “recanto do amor”. Esse meu colega de trabalho também levou a
esposa, pois a casa de praia possuía três quartos. Assim, fomos buscar a
empresária sertaneja na rodoviária do TIP. Quando chegamos lá, ele foi para o
primeiro andar e eu fiquei no térreo, procurando aquela que estaria com a roupa
descrita na carta. Ao olhar para cima, eu o avistei descendo a rampa com uma
mulher ao lado, enquanto sorria de cabeça baixa. Quando chegaram até a mim,
descobri o motivo do seu sorriso, aquela não era a mulher da foto que me foi
enviada pelos correios. Tratava-se de uma senhora idosa, porém esbelta de corpo
e simpática de rosto.
Depois
descobri que ela teria me enviado uma foto de quando era jovem. E eu pensando
que somente eu tinha feito isso. O Colega me chamou e cochichou: “E
agora, Cláudio, vamos mesmo passar o final de semana na casa de praia?” Respondi: “Meu amigo, eu não sou de
voltar atrás nos meus planos, mesmo quando não dão certo, e quem não tem cão,
caça com gato”. Porém, apesar daquela idosa ter muito anos de
vida, possuía uma alma jovial invejável. Parecia com uma velhinha que namorou
um rapaz colegial no filme “Ensina-me a viver”. Ela queria me levar para morar com ela e
disse que no segundo andar da sua casa, onde se localizava o seu quarto, a sua
varanda era virada para o sol nascente, de onde se avistava belíssimas
montanhas e no térreo ela tinha uma padaria e ao lado um comércio de roupas.
Estava precisando de um companheiro e ao mesmo tempo de um homem que tocasse os
seus negócios. Eu cheguei por alguns momentos a sonhar me imaginando um
empresário e nas horas vagas deitado numa rede nessa varanda. Depois de um
final de semana com noites “calientes” na casa de praia do patrão, deduzimos que nem
eu poderia deixar a minha vida, meus familiares e os meus negócios aqui para ir
para morar com ela no Sertão e nem vice-versa. E assim, nunca mais nos vimos. Analisando
essas minhas experiências com mulheres de todas as cores, de várias idades, de
muitos amores, casadas, carentes, solteira, feliz, donzelas e até meretriz, culminando por encontrar aquela que é tudo na vida que um dia eu sonhei para mim, lembrei-me da letra da música “Mulheres” do Martinho da Vila que diz tudo sobre o meu
passado em poucas estrofes dessa composição. Mostro a canção no clipe abaixo,
mas interpretada de uma forma diferente (em ritmo de bolero) e em espanhol (Mujeres), na voz do cantor, violonista, guitarrista e tecladista carioca Alex Cohen.
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