segunda-feira, 4 de novembro de 2019

PASSADO TRANQUILO X FUTURO INCERTO
No sábado próximo passado eu fui fazer revisão no carro e conversando com um mecânico da oficina descobri que ele viveu a sua infância e adolescência no bairro de Santo Amaro em Recife, mesmo lugar onde morei por 25 anos. Ele disse ter estudado nas mesmas instituições de ensino onde estudei: Escolas Reunidas Frei Cassimiro, comandada na época pelo padre Frei Félix e o Colégio Estadual Anibal Fernandes. Como eu, ele também frequentava o Cemitério de Santo Amaro para comer manga e jambo que caiam no chão e apreciar os ossos das caveiras nos ossuários. Como outra diversão, lembramos do clube de danças “Salinas”, que os frenquentadores chamavam de gafieira, localizada dentro da favela desse bairro que na época era povoada por moradores que faziam as suas casas feitas de tábua e o telhado de palha do pé de coco, lugar por onde passávamos três horas da madrugada sem sermos molestados. A pobreza era extrema, porém a limpeza também era. Ninguém via ruelas e canais entupidos de lixo. Lembro que a casa da minha tia, não tinha piso, pois era de chão batido, mas dentro dela era tudo organizado e limpo. O mecânico também lembrou que eu participava de um quarteto de cantores que se apresentava na televisão local, no programa intitulado “Tia Linda”. E certa vez, fizemos um pequeno show no palacete do dono de uma grande empresa de bebidas que morava na Avenida Rosa e Silva. Foi o nosso primeiro cachê.
Comparando o item limpeza entre a população de antigamente e a de hoje, apesar de tudo estar modernizado, eu noto que é difícil para nós e os órgãos governamentais mantermos os lugares públicos limpos, dependendo da organização e limpeza constante de quem esteja encarregado em mantê-los dessa forma. Na rua onde moro, na área que circunda a minha casa, mantenho o mato aparado e o lugar sempre limpo. Todos os dias eu apanho alguma coisa jogada pelos espíritos de porcos. No centro da cidade, pessoas jogam embalagens plásticas a ermo, pelas janelas dos ônibus e até de dentro dos carros ou quando transitam a pés. Toda essa sujeira é levada pela chuva que desemboca nos rios e mares poluindo as águas e matando os animais marinhos, quando não entopem as galerias, causando transbordamento e inundações. Os dirigentes deste país precisam criminalizar essas atitudes.

A raça humana está destruindo o nosso planeta e não existe outro habitável no universo. Além de poluir o meio ambiente por terra, ar e mar, devastam as matas e causam a extinção de muitas espécies de flores, animais e peixes. Tenho dúvida quem seja o irracional, se o animal ou o homem. O homem, apesar de ter avançado na tecnologia e se julgar um ser PERFEITO, IMACULADO e INTELIGENTE, está caminhando para a sua autodestruição. O compositor e cantor Erasmo Carlos em 1978 já alertava a humanidade contra esse instinto de destruição do homem, através da sua música intitulada “PANORAMA ECOLÓGICO”, onde ele satiriza essas três aludidas qualidades que os imbecis predadores pensam possuir. Sobre isso ocorreu um fato engraçado. A minha esposa que é professora, pediu aos seus alunos que separassem em casa todas as embalagens de produtos que são recicláveis, uma vez que um senhor passa pela escola todos os dias para pegar e vender na fábrica. Um pai de uma das alunas jogou fora, pensando tratar-se de lixo comum e ela virou uma “arara”. Confira os efeitos visuais, melodia e letra do clipe da música citada acima, clicando no link abaixo. 

Um comentário: