terça-feira, 12 de novembro de 2019

QUALIDADE DE VIDA DOS SUBURBANOS

Quem mora em vila popular tem uma qualidade de vida um pouco melhor do que aquele morador dos bairros mais próximos aos centros das grandes metrópoles e isso influencia psicologicamente pelo lado positivo na vida do indivíduo. Primeiro pela ausência do barulho de veículos e transeuntes, e segundo por ter uma poluição ambiental menor, trazendo benefícios para a saúde dessas pessoas suburbanas. Tudo o que se precisa fica perto de casa, como mercadinho, escola, farmácia, etc. O silêncio só é quebrado mesmo pelos cantos dos pássaros de manhã cedinho e os gritos dos vendedores ambulantes. Mas até nisso os suburbanos levam vantagem, pois algumas mercadorias são compradas na porta de casa, sem precisar ir até a um centro de compras. Quem mora nesses bairros afastados do centro da cidade pode ter à mão: Macaxeira e outras leguminosas, jaca e outros frutos, esterco para plantas, jarros e cadeiras de balanço, detergente caseiro mais barato que os de marca, caranguejo, peixes, gás, ovos (vendido num veículo que já se popularizou como o “carro do ovo”), apesar de muitos se incomodarem com os gritos deles, amplificados pelos auto falantes. 
Quanto aos vendedores ambulantes do gás de cozinha e do carro do ovo, quando passa pela rua com o seu alto-falante no volume máximo dizendo: “OLHA A PROMOÇÃO DO GÁS!” e “ECONOMIZE COMPRANDO E COMPRE ECONOMIZANDO. SÃO 30 OVOS POR OITO REAIS”, realmente às vezes incomoda, pois quebra o silêncio do local e a concentração de quem está estudando, dormindo ou ouvindo música. Porém, a Petrobras andou fazendo uns reajustes nos preços desses produtos, muito além da infração, e os mercadinhos estão vendendo os ovos pelo mesmo preço dos vendedores ambulantes e a frequência desses carros do gás e do ovo diminuiu bastante. Outro que algumas vezes perturba o silêncio da madrugada é o “guarda do apito”, digo, “Guarda da sirene”, que passa a cada duas horas numa moto, imitando a sirene da Polícia Militar que por sua vez não cumpre o seu papel nesse item e, dessa forma, esses motoqueiros só faz avisar aos ladrões que se escondam, quando eles passam fazendo barulho. Um desses “guardas da sirene” ainda teve a petulância de vir me pedir dinheiro e eu lhe respondi que não iria pagar a alguém para ficar me acordando de madrugada e que já tinha a vigilância do meu vizinho que sabe a hora que saio e chego, fazendo a função do rastreador do meu lar. Esse, realmente, não deve ter o que fazer na casa dele. Com isso eu me sinto mais importante que o presidente da república que foi esfaqueado na rua, por falta de olheiro.
Quanto aos vendedores de caranguejos que muitos pensam que esse tipo de crustáceo não é inteligente  (dê uma faca para ele, que saberá se defender dos predadores) que passam na nossa rua oferecendo-os, eu não os compro porque sou freguês de uma vendedora de crustáceos que guarda para me vender as patolas deles por quilo, pois ela sabe que a minha neta mais nova adora essa iguaria. Também me tornei freguês do vendedor de frutos na feira do bairro, uma vez que eles são de boa qualidade, bem melhores do que aqueles vendidos nos supermercados. As compras semanais, eu as realizo na Bodega do Biu, evitando assim me deslocar aos shoppings, sempre lotados de carros e compradores (e haja barulho infernal). Mas falando do vendedor de caranguejo, existe uma música composta e gravada pelo grande defensor da música nordestina de raiz, Ary Lobo, que fala desse tipo de profissional. Clique no link abaixo para ouvir a música “O VENDEDOR DE CARANGUEJO” na voz do afinado trio de mulheres chamado “CANTO DA IRACEMA”. 

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