UMA NOVA praga No nordeste
O orgulho de SER
NORDESTINO do pernambucano, com
certeza não se estende ao seu gosto pela música da nossa região. Aonde eu
chego, numa festa, praia, clube de campo, hotel, faculdade, balneário,
estabelecimento comercial, etc., só encontro alguém escutando PAGODE ou SAMBA. Às vezes me sinto um verdadeiro
carioca
da gema e não um nordestino. Gente, eu não estou exagerando.
Em todo lugar que eu chego é MUITO
DIFÍCIL ouvir um autêntico forró ou MPB de qualidade. É o tempo todo
aquelas músicas de um ritmo só que enjoa até a alma, enquanto os ouvidos ficam
doloridos. Eu considero essa falta de atenção do nordestino à sua música (enquanto
enaltece o ritmo musical do sul do país), uma VERDADEIRA
PRAGA que se abateu em seu gosto
musical. Não se trata de preconceito a este ou àquele ritmo musical, mas uma
estranheza por não saber como é que essas pessoas aguentam ouvir tanto, por
mais de uma hora, uma só batida pelos mesmos instrumentos musicais. É como
comer macarrão puro e sem tempero pela manhã, à tarde e à noite.
Até um estabelecimento comercial
que vende frutas e verduras no meu bairro, chamado QUITANDARIA, que eu tinha
elogiado por abrir bem cedinho e executar somente MPB, ao tentar fazer compra
lá no sábado, dia 28 de setembro, às 6 horas em ponto, no sistema de som estava
tocando PAGODE. Dei meia volta e fui fazer as
compras na feira popular. PAGODE nesse horário é de lascar. Estou
acostumado a ouvir nesse horário as melhores da MPB de antigamente,
sintonizando a RÁDIO TRIBUNA FM. Como essa rádio diz: “PORQUE MÚSICA BOA A GENTE NÃO ENJOA NUNCA”. Isso lembrou uma antiga vizinha
que não ouvia outra coisa pela manhã, logo ao raiar do sol. Para me vingar eu
ensinava a ela a gostar de música boa. E tome Chico Buarque, Caetano Veloso,
Alceu Valença, Marisa Monte e outros monstros sagrados da MPB. Outro dia eu fui
convidado pela gerente de um hotel campestre para conhecer o seu espaço que tem
uma enorme área e vários quiosques com churrasqueiras de alvenaria, pias para
lavar os talheres e os pratos, além de rede elétrica onde cada hospede pode
fazer o seu churrasco e levar o seu som particular. Pois bem, todos ali
presentes só executavam PAGODE. A partir de agora vou levar a
minha caixa de som à tira colo para onde eu for e juntamente com um Pendrive
repleto de MPB e o autêntico forró, fazer uma guerra musical! Eles que me aguardem!
Como eu sou vacinado contra essa PRAGA, até o meu “PAGODE” é um “SAMBA NORDESTINO”. O compositor e cantor RAIMUNDO FAGNER
inclusive gravou uma música com este título em dupla com MARTINHO DA VILA, cuja letra é a seguinte: Meu samba ele não vem lá do morro
/ Nem sai do apartamento do Leblon ou de Ipanema / Meu samba vem do seio de
Iracema / Do coração que é lindo / Do Gordorinha e Gonzaga / Meu samba tem
zabumba e tem pandeiro / E tem Jackson do Pandeiro animando a batucada / Meu
samba esse tal bendito cujo / Severino Araujo, morte, vida, Tabajara / Meu
samba Osvaldinho, Dominguinhos / Da emboscada dos caminhos / Alegria pau de
arara / Meu samba o amor do Itabaiana / Do calor de Arapiraca / “Sambauino”
/ Preto / Sarará / Não para / Meu samba
voz do poeta do povo / Samba velho, samba novo / Fausto Nilo, Lauro Maia / Meu
samba, sertão seco alma triste / Cego nasce a zona triste / Sol poente que
desmaia / Meu samba sal e sol do meu nordeste / Cada lágrima colada no meu
coração agreste. Ouça a canção dando um clique no
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