quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O NOIVO DE VÁRIAS NOIVAS


Esta passagem da minha história sentimental muita gente já conhece, mas eu não poderia deixar de registrar aqui neste meu LIVRO DINÂMICO, ilustrado com gifs (pessoas ou figuras que se mexem) e recheado com trilhas sonoras. Isso ocorreu comigo nos anos 80. Eu amargava a minha primeira separação de um casamento que durou dez anos. Acostumado a ver a casa com a esposa e os nossos dois filhos, agora estava vazia e eu me sentia como um passarinho que é solto de uma gaiola e não sabe para onde voar. Não sabia paquerar e era muito tímido para propor namoro a outra mulher. Fiz bastante amizade onde morava e criei uma “Quadrilha Junina”, denominada “BALANCÊ” que tinha a sua abertura aonde chegasse com a música da Gal Costa intitulada também “Balancê”. Posso garantir que fui o primeiro a criar no meu bairro o “Casamento matuto” DUBLADO, estratégia que havia copiado do espetáculo da “Paixão de Cristo” de Nova Jerusalém – Fazenda Nova – Pernambuco, o maior teatro ao ar livre do mundo. Numa dessas amizades conheci uma moça faceira dos quadris largos que “botou” os olhos mais em mim do que eu nela, pois eu não tinha a coragem nem de encarar o olhar convidativo de uma pretendente. Ela me encarava com o seu olhar penetrante de uma forma que parecia me desnudar.
Num certo dia, ao fazer uma das minhas festas lá em casa que na época a turma jovem denominava de “Assustado”, por serem feitas de última hora, no momento em que os casais dançavam agarradinhos lá na sala, ela, já tonta pela cerveja que havia tomado, olhou para um lado e para o outro, não viu ninguém nos olhando e me puxou rapidamente para dentro do meu quarto. Trancou a porta, jogou o meu colchão de casal no chão para ninguém ouvir o rangido da cama e o resto só depende da imaginação dos leitores. A partir daí despertei para a vida que todo casal leva, mas quando o pai dela soube que estávamos namorando, bradou aos quatros cantos que a filha virgem dele não casaria com um homem que já tivesse sido casado, e ainda mais pai de um casal de filhos. Ela aos prantos teve que por um fim ao nosso relacionamento amoroso, e uma semana depois já estava noiva de outro homem, com aquele velho ignorante e radical dando um grande churrasco aos convidados, regado a muita cerveja. O boato era que o gostosão que colocou o anel de noivado no dedo dela, nessa ocasião, era médico cirurgião. E a partir daí ele já passou a morar com ela na casa daquele pai orgulhoso que agora tinha uma filha prestes a casar com um doutor e não com um homem separado e com dois filhos.
Mas um detalhe me chamou a atenção. Todos os dias ele chegava do hospital com a bata manchada de sangue, dizendo que tinha feito cirurgias. Pensei com os meus “botões”: “Como pode um médico cirurgião sair de um hospital e ir para casa com uma bata suja de sangue (?)”. Certo dia eu segui aquele doutor que nem automóvel tinha. Ele não me conhecia e foi fácil segui-lo até o hospital. Só que ele não entrou num hospital e sim em um açougue. Ou seja, ele era marchante e vendia carne de boi. E aquela aliança que ele havia colocado no dedo dela, já tinha servido para enganar outras bestas e outros pais orgulhosos e felizes (provisoriamente) por dar a mão de suas filhas a um “médico cirurgião”. Moral da história: NEM EU e NEM ELE. Mas, lembrando-se daquele olhar dela, tipo “flechada”, uma declaração dela para mim, dizendo: “EU TE QUERO COMO AMADO, NÃO TE QUERO COMO AMIGO” lembrou-me de uma música que ela ouvia bastante na época e que lembra aquela situação do meu passado. Ouça-a e veja a sua letra no vídeo abaixo:

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