COMO ENCONTRAR UM
GRANDE AMOr em pouco tempo
Ela
estava colhendo dados práticos sobre um trabalho de conclusão de curso
universitário, versando sobre a solidão. Lendo o Jornal do
Commercio ela se deparou com alguns anúncios publicados nos
classificados de anúncios pessoais / sociais de pessoas que existiam na época,
querendo conhecer outras de sexo oposto para viver um grande amor. Ela ligou
para todos (homens e mulheres) no sentido de entrevistá-los e saber os detalhes
de suas atitudes e se aprofundar nos seus motivos pessoais para enriquecer o
seu trabalho escolar. Eu fui um desses que publicou um anúncio querendo
conhecer a minha “cara metade”. Lembro ainda que os exemplares dos jornais do
domingo da nossa assinatura chegavam aos sábados à noite. Por isso, a partir
das 21 horas dos sábados, eu já começava a receber as ligações pelo meu
telefone residencial, das pretendentes que queriam me conhecer, porém, em sua
maioria, só pretendia uma aventura e/ou um pagante das suas farras noturnas e
praieiras. É por isso que muita gente ainda continua sozinha, por confundir o
que pretende pelo que lhe é apresentado. Temos que levar a sério as (os)
pretendentes e aquilo que pretendemos.
Ela ligou
para me entrevistar num domingo pela manhã bem cedo. Quando me disse a sua
intenção, eu fui brusco e lhe disse que eu não tinha colocado anúncio no jornal
para ser mais um entrevistado de trabalho escolar, e enquanto estivéssemos
conversando as pretendentes que ligassem para mim encontraria o telefone
ocupado. Ela desligou o telefone e muitos anos depois me revelou o que pensou
naquela hora: “Que homem ignorante! É por isso que está sozinho”. Para ela,
este seria mais um motivo para a solidão de algumas pessoas, e assim
acrescentou esse dado no seu trabalho de conclusão de curso. Como ela não
costuma desistir facilmente do que pretende, no período da tarde do domingo
seguinte, ela me ligou novamente e perguntou: “E ai, já se esgotaram
todas as ligações de suas pretendentes? Posso lhe entrevistar agora?”. Eu dei
uma tremenda gargalhada e a partir daí passei uns trinta dias por telefone
enriquecendo o seu trabalho com a minha história dos meus amores frustrados,
relatando os motivos como eu havia chegado àquele estágio de solidão.
Durante
todo esse tempo ela me contou também detalhes do seu passado. Então constatei
que aquela era uma mulher séria, guerreira, digna de se transformar numa grande
esposa. Passei a ficar interessado em conhecê-la pessoalmente. Não para
continuar com aquelas entrevistas, mas para ver se poderia surgir algo mais
profundo entre nós dois. Ela disse que poderia ir até ao meu estabelecimento de
trabalho quando se dirigisse para a faculdade. Quando a avistei, constatei o
que tinha imaginado sobre ela, ao ler no seu semblante algo diferente de outras
mulheres. Os seus traços faciais denotavam não aquela beleza frívola de algumas
mulheres que só têm isso para oferecer, mas a mesma firmeza de caráter,
misturada à rigidez e determinação nos pensamentos e atitudes, aliados a uma
sobriedade incomum, existentes naquelas pessoas que são conscientes da sua
capacidade de enfrentar os percalços da vida com bastante serenidade e fidelidade aos seus princípios. E ela, além
de muito amor, me trouxe PRUMO para
a minha vida, que significa entre outras definições: Prudência; tino, juízo. Esse tipo de semblante eu também vi
estampado na semana passada no rosto do dirigente máximo do regime chinês, XI
JIMPING, ao lado do nosso presidente Bolsonaro. No meu entendimento, a
disciplina é aliada do progresso pessoal e social.
Quando
começamos a namorar eu lhe fiz muitas cartas
de amor, longas e com frente e verso, além das dedicações nos cartões
natalinos que diziam algo parecido com a letra da música intitulada “OS
PRESENTES” da grande cantora e compositora conhecida também em
Portugal e na Alemanha, ELIANA
PRINTES. A canção diz assim: “Que presentes te daria /
Uma estrela vã do firmamento / Prá iluminar o vão do pensamento / Uma TV na
garantia / Árvores plantadas no cimento / E o meu perfume na rosa dos ventos /
Um novo ritmo / Cartas de amor com frente e verso / E o meu percurso nesse
universo / Nas horas sem fim / Em que a dor não tem mais cabimento / É
NO TEU PRUMO QUE EU ME ORIENTO / Catedrais de alvenaria / Senhas pra
não mais perder a vez / Casa, comida e um milhão por mês...”.
Só para
exemplificar apenas duas revelações do seu caráter eu resumo a sua dignidade da
seguinte forma: Ela nunca filou numa prova de avaliação escolar ou em um
concurso público, e certa vez dirigindo o seu carro quebrou o retrovisor de
outro que estava estacionado em frente a uma residência. Desceu do carro, bateu
na porta do dono do veículo danificado e se propôs a pagar o prejuízo. Esta sua
retidão de caráter não foi construída pelas orientações dos seus pais, uma vez
que saiu de casa no campo, aos doze anos de idade, ainda analfabeta, em busca
de um ambiente que pudesse lhe proporcionar cultura, pela qual lutou contra
tudo e contra todos que tentaram em vão lhe derrubar. Portanto, prezados solitários
de plantão, se vocês agirem com dignidade, boas intenções e fidelidade aos seus
princípios já é um bom começo na busca por uma boa companhia. E lembre-se sempre: a primeira
observação para desnudar o sentimento de uma pessoa que lhe interessa é pela
qualidade da música que ela curte. Falando em música, ouça agora a belíssima
canção da letra que me referi acima, clicando no link do vídeo abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário