quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A SIMPLICIDADE COMO PROTEÇÃO E SEGURANÇA

O meu signo de câncer dizia na semana passada: “Assim como você cuida do ambiente familiar, este deve lhe dar proteção e segurança, isto é, deve cuidar de você. Momento para harmonizar a proporção entre o que dá e recebe”.  Falando em proteção e segurança no sentido de evitar a violência, como assalto, invasão domiciliar por bandidos, nenhum cuidado é suficiente para isso. Não adianta muro alto, cerca elétrica, câmera de vídeo monitoramento, contratação de vigilância armada, etc. As centenas de casos de assalto a bancos e residências já provaram que nada disso protege. No caso de vigilância armada, muitas vezes os vigilantes só servem para fornecer armas para os bandidos quando são rendidos. Agora, quanto à simplicidade, esta sim, protege e muito. Começando pela nossa residência, quanto mais alto for o muro e cheios desses apetrechos relatados acima, mais chama a atenção dos bandidos que devem falar para os seus comparsas: “Ai dentro deve ter uma fortuna para ser tão protegida assim!”.
Um antigo vizinho meu que já se mudou do bairro, como também os meus filhos já me recomendaram por diversas vezes: “Aumente a altura do seu muro”. A minha resposta sempre foi a mesma: Muro alto só serve para esconder ladrão. Depois que ele consegue escalá-lo e passa para o lado de dentro, quem passa na rua não o vê forçando a grade do terraço e a porta da sala”. E foi o que aconteceu na casa desse vizinho. O ladrão entrou, levou o que pôde e ainda defecou em cima da mesa, cuja toalha ele tive que jogar fora. Para esta mesma casa do muro alto, chegou um novo vizinho. Aumentou ainda mais a altura do muro. Em sua extremidade colocou pregos com a ponta para cima e fez um primeiro andar. Confiante na proteção do muro, não colocou grades no terraço desse andar de cima. Os amigos do alheio escalaram o muro, subiram ao primeiro andar e levaram duas bicicletas do neto dele e uma gaiola com um bem-te-vi dentro que deveria estar dormindo uma vez que não assoviou para acordar o seu carrasco.
Depois de alguns dias eu disse para ele que sabia quem tinha levado a gaiola com o passarinho. Ele perguntou: “Quem?”. Respondi: “O IBAMA, pois é proibido manter pássaro preso”. Ele ficou sem falar comigo um tempo. Resumindo: As pessoas se mantém trancadas por trás de muralhas, umas mais altas do que as outras, cheias de parafernálias de uma suposta proteção; trancafia também os seus animais de estimação, inclusive os inocentes e singelos pássaros; enquanto isso as ruas ficam desertas, deixando livres os larápios a estudar quais das residências irão roubar. Já na questão de celular, uso aquele aparelho de teclas que custa 80 reais. Quando passo por dentro de uma favela ou em outros lugares perigosos, penduro-o na ponta dos dedos e fico mais protegido do que se estivesse com um revolver. Voltando a questão do pássaro, todos os dias, pela manhã, eu escuto o cantar dos bem-te-vis, tendo sido recepcionado ainda hoje, quando saia de casa, por um coral formado por eles. Como diz a música do cantor Renato Terra: “Bem-te-vi, como um verão, voa livre por entre os jardins, pousa no meu coração”. Então, para que prendê-los numa gaiola? Veja o que diz a música “Bem-te-vi”, esse pássaro que voa despreocupado, como deve estar aquele que vence a violência usando da simplicidade. Clique no link abaixo para ver o vídeo e conferir a letra.

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