quinta-feira, 24 de setembro de 2020

O CASAMENTO DO SÉCULO 

Neste século em que estamos vivendo é muito difícil uma união perdurar por mais de 15 anos ou até menos. As uniões entre os casais, atualmente, são bastante descartáveis. Falta tolerância, consideração, amor, resignação, adaptação e paciência por parte daqueles que querem levar uma vida a dois. Um dos motivos principais para essas dissoluções da união de duas pessoas que querem constituir uma família é que não existe tempo para uma avaliação completa daquela pessoa que irá morar debaixo do mesmo teto com a outra. As decisões são apressadas, tanto para unir quanto para separar. Os dois não sentam para conversar e ponderar sobre essa decisão extrema que pode modificar para sempre a vida de ambos. O casal precisa entender que uma família só se constrói com muita perseverança, fé, paciência e amor. Nos casos de separação, os defeitos do outro muitas vezes parece pesar muito mais que as suas virtudes. E aquele casal que desejar manter o que foi dito na igreja e/ou no cartório: “Que estejam unidos até que a morte os separe”, precisa seguir algumas regras.

Enumerei aqui dez: 1) Usar pouco o celular quando estiverem lado a lado. 2) Não abandonar os sonhos e objetivos por problemas fúteis e passageiros que não deveriam abalar a solidez da união. 3) Aceitar o parceiro como ele é, respeitando a sua individualidade e mantendo o diálogo. 4) Perdoar atitudes irrelevantes e manter a discrição da vida dos dois. Nada de comentar problemas da relação com outras pessoas, a não ser um desabafo com alguém de extrema confiança. 5) Procurar reconquistar o outro todos os dias. 6) Ser tolerante e nunca discutir com a cabeça quente. Converse depois com calma. 7) Jamais deixe que o outro se sinta investigado ou perseguido. 8) Não ficar remoendo erros do passado que não chegaram a abalar a estrutura da união que deve continua firme e forte. 9) Procurar sempre estar juntos nas horas de lazer. 10) Como dizia a minha avó: “Toque o barco pra frente que atrás vem gente”. Talvez ela quisesse dizer que se você deixar a quem ama, logo virá outra pessoa para aproveitar. E como dizia a minha mãe: “Dê uma banana com o braço para os aproveitadores da desunião”, e continue mostrando ao mundo que você ainda é dono ou dona do“pedaço”. 


Mas, um casamento que pode ser considerado o do “SÉCULO”, é aquele que é realizado pelo casal após muitos anos de união e companheirismo. Nesse caso já se conheceram bastante, passaram por milhares de momentos bons e ruins, amadureceram a relação e prosperaram juntos, passando por dificuldades financeiras e amorosas. É como um barco em viagem em alto mar que mesmo enfrentando o mar revolto, voltou a atracar no cais do porto. Então, nada mais poderá destruir o que firmaram na Certidão de Casamento, e ai, sim, cumprirão definitivamente o que foi dito: “Até que a morte os separe”. Eu e o meu irmão fomos chamados para sermos testemunhas do enlace matrimonial do meu primo Anatércio com a sua digníssima companheira de 40 (quarenta) longos anos, Ana Conceição, no cartório de Olinda, mesmo em meio a essa pandemia pelo covid-19.

Os noivos, as testemunhas e a juíza, todos de máscaras, foram fotografados por mim, nesta cerimônia simples, mas de grande significado, pois selaram assim a determinação dos dois de continuarem a dividir sonhos e a juntar os seus frutos, construídos com muito suor, lágrimas, trabalho e amor por aquilo que edificaram como os filhos, netos e o patrimônio da família, enfrentando a tudo e a todos os problemas, sempre juntos na fraqueza e na força de não esmorecer perante os percalços comuns numa relação a dois, o que fortaleceu ainda mais as suas potencialidades e virtudes. Anatércio sempre foi para mim, mais que um primo, um irmão de todas as horas. Os nossos momentos de lazer foram compactuados desde os tempos de criança em que nós usufruíamos de tudo o que a natureza pode proporcionar ao ser humano, no sítio dos seus pais e nas matas de Camaragibe, tomando banho nos rios e cachoeiras, como também curtindo os sábados à noite nos clubes de dança dos bairros e nos terreiros de xangô, disputando as “filhas de santo” e as “cocotinhas” faceiras com as suas mini-saias, nesses lugares.


 
Depois que ele conheceu ana e foram morar juntos, eu já era pai de família, mesmo assim continuamos com os nossos passeios nos finais de semana para as praias, clubes de campo e outros tipos de lazer. Os dois progrediram juntos, um sendo o alicerce do outro, como deve ser, e construíram um patrimônio invejável com muito esforço e dedicação. Atualmente, sempre que posso, aos domingos, levo os netos e a esposa para saborearmos um churrasco na área da piscina da casa deles. E assim, por conhecer de perto a história de lutas, amor e bravatas dos dois, eu tive a enorme satisfação de ser testemunha desse casamento de uma união inabalável, que se mantém bem estruturada, mesmo após terremotos, maremotos e furacões que não conseguiram destruir a determinação de ambos de estarem JUNTOS ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE. Portanto, daqui desejo aos dois: FELICIDADE, MAIS PROSPERIDADE, CONTINUIDADE DESSA UNIÃO E AQUELE AMOR QUE VENCE A QUALQUER OBSTÁCULO, pois o resto é RESTO!


 
Recebam os meus sinceros PARABÉNS por esta oficialização da união de vocês, caros Anatércio e Ana! Para a trilha sonora desta crônica eu escolhi a música “BODAS DE PRATA”, apesar de que eles mereciam uma canção que falasse das “BODAS DE ESMERALDA”, pelos 40 anos de união. Porém, como ainda não compuseram esse tipo de canção, registrei aqui a música tema que lembre aquele casal que alcançou os 25 anos de casados, na voz daquele que foi um dos ídolos de Anatércio no tempo do movimento da JOVEM GUARDA: PAULO SÉRGIO. Dê um clique no link abaixo para conferir esta linda melodia, que como dizia antigamente o locutor no sistema de som das festas de rua: “DE UM ALGUÉM PARA VOCÊ!”.

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