ACADEMIA DE MUSCULAÇÃO CAMPESTRE
(homenagem aos 80 anos de Paulo Diniz)
Muita gente gasta dinheiro para se alimentar com produtos gordurosos e
cheios de açúcar e depois com academias para queimar as calorias excedentes das
que o corpo precisa. Na vida sedentária que levamos, sem ter tempo para outra
coisa a não ser trabalhar, não sobra vaga no relógio para caminhar ou fazer
outras atividades físicas. No começo ou no final do ano, boa parte da população
tira as suas merecidas férias. Quem possui melhor recurso financeiro, vai
curtir o seu descanso em hotel campestre, clube de campo, sítio ou fazenda de
sua propriedade ou de parentes. Pensando nisso, por que os clubes e hotéis de
campo não idealizam uma prática saudável para os seus frequentadores queimarem
as calorias e as gorduras excedentes? Poderiam fornecer enxadas grandes para os
homens e pequenas para as mulheres para roçarem mato, dar comida aos animais do
lugar de manhã cedinho, recolher gravetos para o
fogão à lenha na hora de fazer um delicioso churrasco e outras atividades
saudáveis do campo em meio ao contato aplausível com a natureza. Seria um tipo
de atividade diferente da que os hóspedes estão acostumados a fazer, como se
fosse uma academia de musculação campestre. Os profissionais no assunto
poderiam fazer uma planilha, indicando quantas calorias se perdem em cada uma
dessas atividades.
Para quem
realiza as atividades do campo por obrigação cotidiana ou prestando trabalho
remunerado pode ser cansativa e penosa. Mas para quem a realiza como lazer é
prazerosa. Desde a adolescência eu costumo ajudar aos amigos e parentes que
moram em sítios, a lida do campo. Quando completei 14 anos de idade fui
trabalhar na Companhia de Aviação Aérea São Paulo – VASP e durante as minhas
férias eu ia para Surubim ou Camaragibe, ajudar aos meus primos a roçar mato,
carregar água da cacimba para encher as jarras, plantar e colher macaxeira e
algodão, dar ração aos animais, etc. Para mim tudo aquilo era uma diversão e
até hoje tenho calos nas mãos que não foram feitos pelo uso da caneta. Até
agora eu não entendo como se tira férias indo para os lugares mais agitados,
poluídos e barulhentos do que aqueles que enfrentamos no dia a dia nas
capitais. Acho que isso cansa bem mais do que realizar as tarefas do campo. As
músicas verdadeiramente sertanejas definem bem o que é uma vida prazerosa em
meio à natureza. Falando em natureza, se ninguém tivesse até agora devastado
ela, o mundo seria outro. Como diz a letra filosófica de uma canção do
cantor Pernambucano de Pesqueira, Paulo Diniz, que hoje completa 80 anos de idade: “DESCALÇO EU DAVA BICO EM PEDRA E O MUNDO NÃO TERIA FINAL”. Veja abaixo o clipe desta canção que fez muito sucesso na época em que
foi gravada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário