sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

ACADEMIA DE MUSCULAÇÃO CAMPESTRE

(homenagem aos 80 anos de Paulo Diniz)
Muita gente gasta dinheiro para se alimentar com produtos gordurosos e cheios de açúcar e depois com academias para queimar as calorias excedentes das que o corpo precisa. Na vida sedentária que levamos, sem ter tempo para outra coisa a não ser trabalhar, não sobra vaga no relógio para caminhar ou fazer outras atividades físicas. No começo ou no final do ano, boa parte da população tira as suas merecidas férias. Quem possui melhor recurso financeiro, vai curtir o seu descanso em hotel campestre, clube de campo, sítio ou fazenda de sua propriedade ou de parentes. Pensando nisso, por que os clubes e hotéis de campo não idealizam uma prática saudável para os seus frequentadores queimarem as calorias e as gorduras excedentes? Poderiam fornecer enxadas grandes para os homens e pequenas para as mulheres para roçarem mato, dar comida aos animais do lugar de manhã cedinho, recolher gravetos para o fogão à lenha na hora de fazer um delicioso churrasco e outras atividades saudáveis do campo em meio ao contato aplausível com a natureza. Seria um tipo de atividade diferente da que os hóspedes estão acostumados a fazer, como se fosse uma academia de musculação campestre. Os profissionais no assunto poderiam fazer uma planilha, indicando quantas calorias se perdem em cada uma dessas atividades.
Para quem realiza as atividades do campo por obrigação cotidiana ou prestando trabalho remunerado pode ser cansativa e penosa. Mas para quem a realiza como lazer é prazerosa. Desde a adolescência eu costumo ajudar aos amigos e parentes que moram em sítios, a lida do campo. Quando completei 14 anos de idade fui trabalhar na Companhia de Aviação Aérea São Paulo – VASP e durante as minhas férias eu ia para Surubim ou Camaragibe, ajudar aos meus primos a roçar mato, carregar água da cacimba para encher as jarras, plantar e colher macaxeira e algodão, dar ração aos animais, etc. Para mim tudo aquilo era uma diversão e até hoje tenho calos nas mãos que não foram feitos pelo uso da caneta. Até agora eu não entendo como se tira férias indo para os lugares mais agitados, poluídos e barulhentos do que aqueles que enfrentamos no dia a dia nas capitais. Acho que isso cansa bem mais do que realizar as tarefas do campo. As músicas verdadeiramente sertanejas definem bem o que é uma vida prazerosa em meio à natureza. Falando em natureza, se ninguém tivesse até agora devastado ela, o mundo seria outro. Como diz a letra filosófica de uma canção do cantor Pernambucano de Pesqueira, Paulo Diniz, que hoje completa 80 anos de idade: “DESCALÇO EU DAVA BICO EM PEDRA E O MUNDO NÃO TERIA FINAL”. Veja abaixo o clipe desta canção que fez muito sucesso na época em que foi gravada.

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