segunda-feira, 27 de abril de 2020

A traição burra da alagoana
Neste meu blog você pode encontrar várias histórias engraçadas como esta que contarei do tempo em que eu era solteiro e utilizador de vários recursos na procura por uma companheira como, por exemplo, publicar anúncios nos classificados dos jornais, deixando o número do meu telefone residencial para que as pretendentes me ligassem. Nesse tempo de instabilidade amorosa, algumas vezes fiz o papel do “URSO” de bom papo e em outras fui vítima dele. Porém, existe uma vantagem em sermos traídos, uma vez que novos horizontes nos são abertos para que encontremos outra pessoa melhor do que aquela que nos traiu e que se foi das nossas vidas. Portanto, não entendo o ato criminoso de quem agride ou mata a quem lhe traiu, e que só fez facilitar o encontro futuro de um novo e melhor amor para essa pessoa que foi traída.  Uma canção de Jorge Vercillo diz com bastante propriedade ao nosso atual amor: “Não se ofenda / Com meus amores de antes / Todos tornaram-se ponte / para que eu chegasse a você”. Portanto, o importante é não ter receio de encarar a busca por um novo amor.

Numa dessas ocasiões em que fui traído, achei-a até hilária. Antigamente não existiam os recursos das redes sociais que existem hoje, mas já havia o MSN e foi através dele que conheci uma mulher alagoana. Ela disse que era gerente de uma ótica em Maceió e que trabalhava como  optometrista (que afere a miopia). Revelou também que morava com uma filha. Depois de vários dias de conversa por telefone, ela demonstrou interesse em vir me conhecer aqui no Recife. Marquei de ir buscá-la na Rodoviária do TIP. Passamos um final de semana juntos lá em casa e noutra oportunidade fui até Maceió para conhecer a sua família que se resumia a uma irmã, a qual também morava sozinha. Descobri que o dono da ótica onde ela trabalhava tinha uma filial aqui em Pernambuco, Estado onde ele também morava. A partir dai foi fácil ele fazer a transferência do local de trabalho dela para o Recife e ela veio morar comigo trazendo a sua filhinha. Foi quando eu consegui com o presidente da Associação onde trabalho, para que ela colocasse um stand da ótica próximo a sala do nosso oftalmologista. Os associados quando saiam do atendimento desse profissional  já entregavam para ela a receita dos óculos e escolhiam as armações de suas preferências.
Certo dia, ela disse que iria prestar contas das vendas ao seu patrão na casa dele. Achei aquilo estranho, uma vez que na nossa associação existe uma ampla sala de reunião para que esse tipo de serviço seja feito, uma coisa simples que só demandava pequenos cálculos matemáticos. Como ele já tinha se tornado o meu amigo, liguei para ele no sentido de tirar as minhas dúvidas quanto a isso. Ele passou um tempão me explicando à necessidade dessa prestação de contas ser feita na casa dele com um palavreado técnico de “derrubar avião”, e eu não fiz mais objeção. Ela foi para a casa dele num sábado, enquanto eu fiquei tomando conta da filha dela na minha casa. Passadas algumas horas, eu liguei para a casa dele no sentido de saber como estava o andamento dessas “prestações de contas” das vendas dos óculos. A empregada atendeu ao telefone e disse que os dois estavam no quarto dele, trancados e incomunicáveis, onde supostamente também era o seu escritório. Quando a mesma chegou à minha casa pedi para que ela fizesse as malas, pois um motorista iria levar ela de volta para Maceió na segunda feira. Chegando à sua cidade, sem mais lugar para ficar, ela pediu ao motorista para ir para a casa da sua irmã que já a esperava na porta e a recepcionou com as seguintes palavras: “Fulana, eu já sabia que tu não irias durar também com esse. Mais um não é mesmo?”. O danado é que esse amigo que calcula prestação de contas em sua residência ainda teve a petulância de me pedir permissão para colocar outra substituta no stand do meu local de trabalho. Quase que eu o mandava para aquele lugar... A partir desse dia, passei a seguir os conselho de uma música que diz “Mulher é negócio de lado / Amigo é melhor separado”. E procurei arranjar outra companheira que fosse a definição de outra estrofe da mesma canção: “(Ela) Não vai com a cara de homem / que tem a falinha macia”. Confira o clipe dessa música dos anos 30, composta por Assis Valente, intitulada “Maria boa” e interpretada pelo cantor Ney Matogrosso, dando um clique no link abaixo:

9 comentários:

  1. Bom dia Cláudio,fui traído rapaz,tive depressão,abandonei meus compromissos e amigos,quase fiz uma besteira,mas hoje olhando de uma maneira diferente vejo que que posso superar tudo,e mais a vida de solteiro é o próprio paraíso,gostei da crônica,forte abraço!

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  2. Gostei do texto. Vc foi.um cavalheiro! Comigo eu não sei....

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  3. Top..👏👏👏👏👏👏👏👏

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