sábado, 11 de abril de 2020


                                       A TERAPIA DA DANÇA NO CONFINAMENTO
A dança tem uma linguagem universal. Não conheço e nunca vi ninguém triste dançando pois ela não exige muito de quem se propõe a dançar, apenas que esteja envolvido com o movimento do próprio corpo e com a sensação que esse movimento proporciona. A dança é a arte mais sublime, comovente, pois não é apenas uma expressão ou distração da vida, é a vida em si mesma”, disse uma vez o psicólogo britânico Havelock Ellis. E é difícil não concordar com isso. Muita gente sabe que a dança é um hobby interessante e útil. Mas nem todo mundo tem motivação e tempo suficientes para comprovar isso pessoalmente. A verdade é que qualquer tipo de dança influencia positivamente o organismo, independentemente da idade em que a prática começa, seja de forma isolada ou participativa com outra pessoa. Portanto, nada melhor do que praticarmos a dança dentro da nossa residência durante o confinamento em que a humanidade está sendo forçada a vivenciar durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Com certeza ela irá aliviar as tensões psicológicas e evitar as tromboses que podem surgir por causa do corpo paralisado por muito tempo dentro de casa, seja na cama ou no sofá, diante do televisor, assistindo somente a essas tristes notícias sobre a pandemia.
Eu comecei a experimentar esta sensação boa na minha adolescência. Na época existiam os clubes de bairros, popularmente conhecidos como gafieiras. No bairro de Santo Amaro em Recife, existiam duas delas. Uma era a mais frequentada e se chamava “Salinas” e a outra mais adentro da favela do bairro ficava a “Renascença”. O som vinha de aparelhos eletrônicos que tocavam os sucessos do momento através dos discos de vinil. Nesses lugares não se apresentavam Bandas e nem orquestras, mas o salão de danças vivia lotado pelos casais conhecidos como “pés de valsa”, os quais com maestria mostravam as suas performances no bolero, merengue e músicas românticas que depois passou a se denominar brega. Só que a música brega daquele tempo tinha boas letras e melodias. Também existiam os clubes dos municípios, como os de SURUBIM, conhecida como a terra das Vaquejadas. Naquele tempo podíamos frequentar o SPORT CLUBE e o INDEPENDÊNCIA, onde eu e as amiguinhas dessa maravilhosa cidade varávamos as noites dos sábados. Algumas ainda mantém esse ritmo, como a amiga Amparo que no natal do ano passado matou a saudade desse tempo, dançando vários números comigo na festa da associação onde trabalho como Diretor Social, cargo que eu exerci também no passado nos Clube Rodoviário, localizado na Avenida Mascarenhas de Morais no bairro da Imbiribeira e no Clube da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal no bairro do Janga, locais onde eu realizava danceterias aos sábados à noite. No primeiro eu criei os bailes semanais intitulado “DANÇARTE”, onde misturava a dança com a arte. Nos intervalos da banda, sempre apresentávamos balé clássico, exposição de quadros de arte, desfiles de moda, etc. Para lá eu e dois primos levávamos uma camioneta cheia de amigas do meu bairro para passarmos a noite dançando. Uma dessas eu encontrei por acaso esta semana, ao fazer caminhada com a minha esposa. Esta grande amiga do passado me lembrou que um certo dia eu a presenteei com um disco LP de vinil da cantora argentina MERCEDES SOSA, o qual, disse ela ainda possuir.
Voltando para as gafieiras do bairro de Santo Amaro, se você chamasse nesses locais uma mulher para dançar e começasse a pisar no pé dela, a mesma lhe soltava no meio do salão sem dizer uma palavra (como eram gentis...). Pois bem, foi nesse tipo de ambiente que eu aprendi forçosamente a dançar. Depois de ter sido desprezado no meio da música e no meio do salão, fiquei sem jeito para convidar outra dançarina. Foi quando os amigos me apontaram uma velhinha abandonada num canto de uma mesa do outro lado da pista de dança, dizendo que ela tinha sido uma espécie de professora  da maioria dos “pés de valsa” daquele lugar. Fui até ela com uma certa timidez e perguntei: “Vovó, a senhora me ensina a dançar?”. Ela respondeu: “Pois não, meu netinho”. A partir daí, quando o disk jockey (hoje chamado de DJ), executava um bolero de Nelson Gonçalves, uma cumbia ou um merengue dos “Los Corraleros de Majagual”, ou ainda uma canção do compositor e cantor recifense Reginaldo Rossi, eu chegava até a escolher a mulher mais bonita da gafieira para dançar, e não fazia mais vergonha. Mas quem sente um enorme prazer em dançar, também tem as suas horas de tristeza, quando escuta uma música que lhe toca os sentimentos e ele não encontra uma boa dama para dançar no recinto. Isso já me ocorreu algumas vezes, principalmente quando todas as damas já estavam ocupadas, dançando com os seus cavalheiros e eu tinha acabado o namoro com a minha primeira namorada. Nessa hora a música que me flechava o coração era uma gravada pelo Reginaldo Rossi intitulada “AQUELA TRISTE CANÇÃO”, onde ele usou na introdução da melodia um acorde de música clássica. Confira a canção na voz do cantor, compositor e produtor musical ASSIS CAVALCANTI em parceria com o Rei do Brega, dando um clique em cima do link abaixo:


6 comentários:

  1. Amei sua crônica...Boa dica pra usar na quarentena DANÇAR...Amo praticar esse esporte.

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  2. Parabéns meu amigo por essa maravilhosa crônica 🍷🍾🥂👏👏👏👏👏👏🎶🎵🎼
    Um abraço
    Zuza Miranda

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  3. Parabéns claudio um otimo assunto, adoro dançar e ja que não podemos dançar fora então em casa tbm tem como vc se divertir.

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  4. Parabéns por essa crônica maravilhosa!!
    Dançar é tudo de bom👏👏🙏

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  5. Vou começar a me exercitar cpm a dança.

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  6. Vou começar a dançar. Gostei da crónica.

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