O ADEUS NECESSÁRIO AOS JORNAIS E AO CÔNJUGE
Desde os anos 60, eu aprendi a
ler jornal com o meu pai. Quando o dia clareava, ele sentava na cadeira de
balanço, tomava o seu café, acendia o charuto e ficava lendo o seu jornal no
terraço lá de casa. No começo dos anos setenta eu me tornei missivista do
Jornal Diário de Pernambuco. Uma das minhas primeiras cartas publicadas na
coluna “Cartas à Redação” foi reclamando que eu estava há vários anos inscrito
para aquisição de uma casa pela COHAB e não tinha sido chamado ainda para
receber a chave. Talvez, por isto, em represália me locaram na parte mais alta
do bairro, longe do terminal dos ônibus, naquela época, mas que hoje se tornou
no melhor lugar para se morar, ventilado, sem insetos e barulhos de qualquer
espécie. Outra carta publicada que ficou guardada em minha memória foi a que
falei sobre o governo do ex-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, a
qual foi publicada junto a uma fotografia dele. Quando surgiu o Jornal Folha de
Pernambuco, também passei a ser seu missivista, através das colunas “Cartas” e
“Folha da Cidade” do Jornalista, escritor e poeta Robson Sampaio. Muitos anos
depois, esses dois jornais retiraram de suas páginas essas colunas que davam
chance aos seus leitores e assinantes de externarem os seus pensamentos. Então
cancelei as suas assinaturas, tanto de ordem pessoal, quanto as da entidade
onde trabalho.
Para não ficar sem assinatura
de pelo menos um jornal, fiz uma pessoal do Jornal do Commercio, dos exemplares
publicados de segunda a sexta feira, para serem entregues no meu endereço
comercial, e outra para a minha esposa a ser entregue em nossa residência nos
finais de semana. Não deixo de externar a minha gratidão pelas minhas cartas
publicadas durante anos, versando sobre assuntos diversos. Porém, de um mês
para cá, venho discordando da política de publicação das matérias, empregada
pela Coluna “Voz do Leitor”. Agora não são mais publicadas as cartas com
reclamações sobre problemas verificados em empresas particulares, sob a
alegação de que “Elas não respondem aos reclamantes, através da coluna”. Fiz
uma sobre o fato de que o Mercado EXTRA estaria anunciando promoções em seus
encartes, sem ter os produtos promocionais em estoque. A aludida coluna não
publicou e eu tive que fazer outra carta com uma redação diferente, generalizando
o problema para todos os supermercados, sem citar as suas razões sociais. Na
semana passada enviei outra carta reclamando o fato da Faculdade Unit – PE do
Grupo Tiradentes estar cobrando por uma cadeira o mesmo valor que cobra por
cinco. Sob a mesma alegação a coluna não publicou.
Aliado
a esse pormenor que eu não aceito por estarmos vivenciando um regime
democrático, hoje temos à nossa disposição notícias em tempo real pela
internet, além das emissoras de rádio e televisão. O motivo do cancelamento também da assinatura da minha esposa é que de
modo recorrente os jornais dos finais de semana estavam chegando mais tarde do
que aqueles das revendedoras do interior do Estado. Como eu e a esposa
costumamos viajar bem cedinho, chegávamos em Tamandaré, Pontas de Pedra ou
Caruaru, por exemplo, às 07 horas e o Jornal do Commercio, junto aos demais, já
estava à venda, enquanto lá em casa só depois das 07h30. Mas, o Jornal não está
perdendo nada com o cancelamento de mais duas assinaturas. Ele já tem os
patrocinadores comerciais que bancam o jornal pagando por suas caríssimas
propagandas, e é ai que surge a minha suspeita por ele não querer que os
assinantes reclamem das entidades privadas. E este é mais outro motivo da minha
desistência, o Jornal do Commercio tornou-se uma espécie de "Revista
Veja", onde quase a metade de suas páginas é só propaganda comercial. Eu é
que não compro esses produtos que gastam enormes fortunas com propagandas, pois
embutido no preço, nós, os seus compradores, pagamos a conta. Mas, daqui
a algum tempo, vai haver mais propaganda do que leitores, pois a nova geração
está deixando de ler jornais e revistas.
Falando
em ADEUS NECESSÁRIO, existem outros bem mais tristes. Um deles é aquele entre
duas pessoas que se amam ou que se amavam no começo do relacionamento. E quanto
mais tempo o casal tem de união, mas triste se torna a separação, por motivo de
desgaste da convivência mal adaptada ao longo do tempo de união ou por causa de
uma traição de uma ou de ambas as partes. A minha esposa conheceu na faculdade
uma senhora, cujo marido ia levá-la todos os dias a esse estabelecimento de
ensino, e ficava esperando por ela até as aulas terminarem. Ambos são idosos e
moram no interior do Estado. Certo dia ela disse que descobriu uma traição dele
com uma mulher bem mais jovem que ela e acabou um casamento de longos anos. Parece
que esses idosos traidores estão mesmo é atrás de uma enfermeira novinha que
cuidem dos seus infartos e fiquem lhe abanando com a saia enquanto eles dormem
na cadeira de balanço.
Excelente...
ResponderExcluirMuito bom Cláudio! E a música excelente bem definida para o tema. Nota 1.000❤️
ResponderExcluirLITERALMENTE 👏👏👏. Fantástico e a escolha da música, muito bem colocada. 😘
ResponderExcluirEstou perplexa!! E essa música de Marisa Monte??? Diz tudo!! Parabéns amigo!#
ResponderExcluirOtimo comentario amei parabens amigo
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