segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O ADEUS NECESSÁRIO AOS JORNAIS E AO CÔNJUGE
Desde os anos 60, eu aprendi a ler jornal com o meu pai. Quando o dia clareava, ele sentava na cadeira de balanço, tomava o seu café, acendia o charuto e ficava lendo o seu jornal no terraço lá de casa. No começo dos anos setenta eu me tornei missivista do Jornal Diário de Pernambuco. Uma das minhas primeiras cartas publicadas na coluna “Cartas à Redação” foi reclamando que eu estava há vários anos inscrito para aquisição de uma casa pela COHAB e não tinha sido chamado ainda para receber a chave. Talvez, por isto, em represália me locaram na parte mais alta do bairro, longe do terminal dos ônibus, naquela época, mas que hoje se tornou no melhor lugar para se morar, ventilado, sem insetos e barulhos de qualquer espécie. Outra carta publicada que ficou guardada em minha memória foi a que falei sobre o governo do ex-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, a qual foi publicada junto a uma fotografia dele. Quando surgiu o Jornal Folha de Pernambuco, também passei a ser seu missivista, através das colunas “Cartas” e “Folha da Cidade” do Jornalista, escritor e poeta Robson Sampaio. Muitos anos depois, esses dois jornais retiraram de suas páginas essas colunas que davam chance aos seus leitores e assinantes de externarem os seus pensamentos. Então cancelei as suas assinaturas, tanto de ordem pessoal, quanto as da entidade onde trabalho.
Para não ficar sem assinatura de pelo menos um jornal, fiz uma pessoal do Jornal do Commercio, dos exemplares publicados de segunda a sexta feira, para serem entregues no meu endereço comercial, e outra para a minha esposa a ser entregue em nossa residência nos finais de semana. Não deixo de externar a minha gratidão pelas minhas cartas publicadas durante anos, versando sobre assuntos diversos. Porém, de um mês para cá, venho discordando da política de publicação das matérias, empregada pela Coluna “Voz do Leitor”. Agora não são mais publicadas as cartas com reclamações sobre problemas verificados em empresas particulares, sob a alegação de que “Elas não respondem aos reclamantes, através da coluna”. Fiz uma sobre o fato de que o Mercado EXTRA estaria anunciando promoções em seus encartes, sem ter os produtos promocionais em estoque. A aludida coluna não publicou e eu tive que fazer outra carta com uma redação diferente, generalizando o problema para todos os supermercados, sem citar as suas razões sociais. Na semana passada enviei outra carta reclamando o fato da Faculdade Unit – PE do Grupo Tiradentes estar cobrando por uma cadeira o mesmo valor que cobra por cinco. Sob a mesma alegação a coluna não publicou. 

Aliado a esse pormenor que eu não aceito por estarmos vivenciando um regime democrático, hoje temos à nossa disposição notícias em tempo real pela internet, além das emissoras de rádio e televisão. O motivo do cancelamento também da assinatura da minha esposa é que de modo recorrente os jornais dos finais de semana estavam chegando mais tarde do que aqueles das revendedoras do interior do Estado. Como eu e a esposa costumamos viajar bem cedinho, chegávamos em Tamandaré, Pontas de Pedra ou Caruaru, por exemplo, às 07 horas e o Jornal do Commercio, junto aos demais, já estava à venda, enquanto lá em casa só depois das 07h30. Mas, o Jornal não está perdendo nada com o cancelamento de mais duas assinaturas. Ele já tem os patrocinadores comerciais que bancam o jornal pagando por suas caríssimas propagandas, e é ai que surge a minha suspeita por ele não querer que os assinantes reclamem das entidades privadas. E este é mais outro motivo da minha desistência, o Jornal do Commercio tornou-se uma espécie de "Revista Veja", onde quase a metade de suas páginas é só propaganda comercial. Eu é que não compro esses produtos que gastam enormes fortunas com propagandas, pois embutido no preço, nós, os seus compradores, pagamos a conta. Mas, daqui a algum tempo, vai haver mais propaganda do que leitores, pois a nova geração está deixando de ler jornais e revistas.
Falando em ADEUS NECESSÁRIO, existem outros bem mais tristes. Um deles é aquele entre duas pessoas que se amam ou que se amavam no começo do relacionamento. E quanto mais tempo o casal tem de união, mas triste se torna a separação, por motivo de desgaste da convivência mal adaptada ao longo do tempo de união ou por causa de uma traição de uma ou de ambas as partes. A minha esposa conheceu na faculdade uma senhora, cujo marido ia levá-la todos os dias a esse estabelecimento de ensino, e ficava esperando por ela até as aulas terminarem. Ambos são idosos e moram no interior do Estado. Certo dia ela disse que descobriu uma traição dele com uma mulher bem mais jovem que ela e acabou um casamento de longos anos. Parece que esses idosos traidores estão mesmo é atrás de uma enfermeira novinha que cuidem dos seus infartos e fiquem lhe abanando com a saia enquanto eles dormem na cadeira de balanço.

Essa é uma burrice sem tamanho da parte deles. Já tive conhecimento de vários casos como esses, onde os protagonistas terminaram num hospital, sendo visitados somente pelos filhos e pelas senhoras abandonadas, pois as novinhas só queriam mesmo usufruir das benesses que eles ofereciam, e nem nos hospitais e nos seus funerais elas se fizeram presentes. Versando sobre essas separações por traições, existe uma canção muito bonita da cantora e compositora Marisa Monte, intitulada “DEPOIS”, termo bem sugestivo que define o que acontece com esses velhos idiotas quando são expulsos do infinito particular das traídas. Confiram a letra e melodia dessa bela música, no clipe postado abaixo:

5 comentários:

  1. Muito bom Cláudio! E a música excelente bem definida para o tema. Nota 1.000❤️

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  2. LITERALMENTE 👏👏👏. Fantástico e a escolha da música, muito bem colocada. 😘

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  3. Estou perplexa!! E essa música de Marisa Monte??? Diz tudo!! Parabéns amigo!#

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