terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O mundo está ao contrário e ninguém reparou


Muita gente diz que à medida em que a velhice vai se acentuando, a pessoa se torna mais seletiva. Eu sempre fui seletivo pelo menos no quesito musical. Talvez porque nos anos 60 as músicas que faziam sucesso eram de qualidade. Naquele tempo despontava nas paradas de sucesso monstros sagrados da MPB, como Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, Rita Lee, Elis Regina, Belchior, Mercedes Sosa e muitos outros da mesma estirpe. Até as músicas daquela época para se dançar tinham melhor ritmo e letras com boas mensagens. Hoje, em meio a qualquer nível social e intelectual, encontramos ouvintes de músicas de quinta categoria, e isso sempre vai ter influência na educação e no comportamento dos nossos jovens que se tornam em seres agressivos e sem sentimentos nobres. Isso também influencia negativamente na educação didática e na percepção sobre os relacionamentos sociais das crianças que crescem ouvindo músicas ruins e de duplo sentido.
O mês passado eu fui comemorar o aniversário de uma neta em João Pessoa, no salão de festas do condomínio em que ela mora. Mesmo sendo um ambiente de um nível social elevado, o que eu assisti no Hall da piscina onde tem duas churrascarias de alvenaria me deixou horrorizado. Homens bêbados e barulhentos escutavam uma espécie de lixo musical, enquanto mulheres se requebravam imitando aquela conhecida dança da “boquinha da garrafa”. Do outro lado, em frente ao playground, diante das crianças, outro grupo de moradores daquele conjunto de prédios residenciais ensinava às crianças a terem também um péssimo gosto musical, curtindo músicas horríveis. Por um momento eu pensei estar dentro de uma “favela elitizada”. Meu filho que infelizmente ainda mora lá me revelou que a maioria dos condôminos era pernambucana. Só podia ser, uma vez que para onde me dirijo aqui em nossa terrinha a seleção musical fica a desejar. Repito, a minha preocupação é com a futura geração. Para completar a minha indignação as músicas que foram executadas no aniversário da minha neta NÃO ERAM INFANTIS.
 Certa vez, na praia de Pontas de Pedra em Goiana-PE, eu cometi um dos meus atos mais radicais. Ao chegarmos num dos bares da orla, avistei um carro com a tampa da porta malas aberta e o seu aparelho de som tocando uma dessas “pérolas” que fazem sucesso entre ouvintes menos exigente. Como o nível da água estava muito baixo, onde era possível andarmos vários metros mar adentro, pedi ao garçom para colocar a minha mesa num lugar onde eu não pudesse mais ouvir aquele som. Ele riu, colocou uma mesa e quatro cadeiras na cabeça e me deixou num local onde eu só ouvia as minhas músicas executadas no meu aparelho de som. Ao nos servir uma peixada, o garçom, porém, recomendou: “Doutor, agora o senhor tem que voltar deste local ao entardecer, quando o mar começar a encher, para não morrer afogado”.  
Uma das músicas que eu escutei naquele instante, dizia justamente o que eu penso desse pedaço de mundo que está aderindo a esse gosto por músicas que contêm letras sem valor sentimental: “O QUE ESTÁ ACONTECENDO? / O MUNDO ESTÁ AO CONTRÁRIO / E NINGUÉM REPAROU... / O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO? / MILHÕES DE VASOS / SEM NENHUMA FLOR... / MILHÕES DE FRASES / SEM NENHUMA COR...”.  Confira no link do clipe musical a letra de ”rELICÁRIO” do compositor e cantor NANDO REIS, onde ele a interpreta junto a CÁSSIA ELLER e que foi postado no youtube pelo internauta de pseudônimo “apenaseumesmo”.  E para o associado da Associação Pernambucana de Servidores do Estado – APSE que não faz questão do tipo de música que escuta, dia 18/12/2019, às 10 horas em nosso Auditório do Edifício Sede, sito à Rua Dom Bosco, 895 – Boa Vista, estaremos fazendo os sorteios das estadias em uma das nossas três casas de praia de Pontas de Pedra para o exercício de 2020.






3 comentários:

  1. Bom dia, É com muito pesar, que vejo as coisas andando ao contrário a perca de valores que enobresse o homem, em tudo agente consegue ver a degradação, na música, no comportamento desrespeitoso, na mídia que seguro a e influência os envolvidos em mudanças, sem questionar o que isto pode oferecer de bom, de belo que possa engrandecer o seu Eu, como são muitas sugestões absurdas que vemos, nos impressiona como são capazes de arquitetar coisas que nem serve pra ele é nem pro outro, mais a propagação é tanta que acabam acreditando em suas mentes doentes.
    Um abraço é é eu esposa.

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  2. É pra sua esposa de quem gosta muito das crônicas

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  3. Com certeza meu amigo vc falou tudo a respeito das musicas ou seja do lixo q são as musicas de hoje.

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