segunda-feira, 29 de março de 2021

   SOLUÇÃO PARA A MISÉRIA EM LONGO PRAZO

Eu assisti pela televisão a miséria de perto. O jornalista Roberto Cabrini adentrou nas favelas do Rio de Janeiro para entrevistar os seus moradores que passam fome. As vielas são tão estreitas quanto um corredor de uma casa ou apartamento. Foi constrangedor e revoltante saber que num país de tantas riquezas naturais ainda existam pessoas sem ter o que comer e agora impedidos de trabalhar por causa da covid-19. Um amigo meu, eleito vereador pela primeira vez por Jaboatão dos Guararapes - Pernambuco revelou que durante a sua campanha e andanças pelas favelas desse município, também viu muita miséria de perto. O que eu não entendi, foi o fato de existir milhares de mulheres faveladas que não podem criar sequer um filho, terem quatro, cinco ou seis(?). Aqui no centro do Recife existe um posto de saúde, Gouveia de Barros, que há muitos anos distribui gratuitamente, preservativos e pílulas anticonceptivas. Então, acredito que em outros postos, localizados em outras cidades do Brasil, também haja essa ação para o controle da natalidade. Por que os governantes das três esferas não arregimentam agentes de saúde para visitar as favelas, promovendo uma campanha de planejamento familiar?

O Planejamento Familiar é uma espécie de controle da taxa natalidade mais sutil e flexível exercida pelos governos de diversos países. Ao invés de se estabelecer controles rígidos sobre o crescimento da população, essa é uma medida voltada para educar os casais e convencê-los de que o melhor é ter menos filhos, ensinando a eles questões sobre os custos de se ter uma criança e sobre os métodos contraceptivos existentes. Outra coisa que eu senti falta na aludida reportagem foi a ausência dos maridos procriadores (as mulheres entrevistadas estavam sempre sozinhas com os seus filhos) e a falta de informação sobre os programas de alimentação escolar do lugar, como os que já existem promovidos pelas prefeituras de Pernambuco, onde os pais dos alunos, mesmo sem haver aula presencial, recebem cestas de alimentos ou cartões corporativos (não confundir com aqueles milionários do Planalto Central direcionados a quem não precisa), para a compra de alimentos.


Há 35 anos, já com dois filhos para criar, mesmo sendo numa época de mais fartura, achei que já era hora de parar de jogar filhos no mundo, quando nasceu o terceiro. Na época aqui em Pernambuco pouca gente sabia o que era VASECTOMIA, então falei com um médico jovem que trabalhava no Hospital São Mateus, localizado em frente ao estádio do SPORT e disse-lhe que eu tinha lido numa revista do sul do país sobre esta cirurgia que deixava o homem estéril e queria que ele me tornasse infértil. Ao invés de me incentivar, ele disse-me que também tinha vontade de fazer este tipo de procedimento para não fazer mais filho, mas tinha medo. Se fosse outro paciente dele, teria desistido ali mesmo, mas, mesmo assim, continuei decidido, e assim foi feito. Esta vasectomia me livrou de muitas situações vexatórias, principalmente quando o tio de uma ex-namorada minha de Petrolina me disse que eu tinha engravidado a sua sobrinha. Mandei para ele pelos Correios, a nota fiscal do hospital provando a vasectomia e o resultado do meu espermograma, comprovando que eu não produzia mais espermatozoide. Talvez ele não tenha entendido, mas alguém deve ter lhe explicado sobre o assunto, pois ele não me importunou mais.

Mas continuando com esta minha convicção de que o controle da natalidade da população brasileira é uma das soluções para reduzir no futuro a miserabilidade no nosso país, devo lembrar que não estamos mais naquela época em que os maridos cobravam de suas esposas, muitos rebentos para massagear o seu ego de macho reprodutor. Um filho ou no máximo dois é a quantidade ideal para que um casal tenha uma condição regular de criá-lo(s) com dignidade.  A banda TITÃS em seu auge gravou uma música protesto, intitulada MISÉRIA, falando em poucas palavras porque ela existe. Na sua introdução e no meio da canção, um casal de cantores que fazia emboladas na praia de Boa Viagem (MAURO E QUITÉRIA) diz frases sem nexo, mas que soam bem em meio à melodia. Este casal, natural do RECIFE, foi descoberto e aproveitado por PAULO MIKLOS, componente da Banda. Mauro e Quitéria chegaram a fazer participação em shows da banda e a ganhar dinheiro com direitos autorais. Confira a canção, dando um clique no link abaixo:


13 comentários:

  1. Claudio toda forma de instruir o nosso povo é louvável. Acredito ferozmente no poder da transformação que a educação tem. A longo passo só através da educação nosso povo terá condições de compreender e modificar os hábitos. Ofertar anticoncepcional a população requer um acompanhamento sistemático da saúde dessas usuárias como tb o conhecimento do que se trata. Estudos anteriores detectaram que muitas familias, ao receberem os contraceptivos distribuiam entre todos da familia comonse fosse vitamina. Parabéns pela iniciativa.

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  2. Você contribui muito na educação do país

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  3. A pílula e o preservativo não é o bastante, tem que haver uma divulgação focada em métodos definitivos, hoje a cobrança sobre o controle da natalidade e feita só para as mulheres, mas deveria se buscar o público masculino para essa questão. Como você falou, na reportagem não viu os companheiros das entrevistas, muitos de várias mulheres, é não tem responsabilidade com nenhuma. Acredito eu, que a partir do momento que forem cobradas as devidas responsabilidades de ambos os sexos,isso vai melhorar, caso o contrário, continuaremos o país dos miseráveis.

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  4. Triste realidade deste país maravilhoso. Mas terra de contraste. A responsabilidade do controle da natalidade tem que ser compartilhada com o sexo masculino. Bom dia.

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  5. Te achei,e vou aparecer de vez em quando nesse espaço cheio de conhecimento e irreverência.

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